Testemunho perseverante, salvação de almas crentes

[Leitura] Ap 15, 1-4; Lc 21, 12-19

[Meditação] Na paráfrase da afirmação “descendente” «sangue de mártires, semente de cristãos», leio as palavras do Evangelho de hoje como afirmação “ascendente” com que Jesus predispõe os que creem n’Ele. Frequentemente, lemos a mística como sendo somente uma graça gratuita que vem de Deus até nós para, diretamente, nos elevar até Ele. Porém, nas palavras de Jesus e no exemplo dos mártires, vemos que é, sim, uma graça plena de Deus que permite um rebaixamento muito para além das forças humanas. O que nos faz concluir que a relação entre ascese e mística nem sempre é bem compreendida, no que toca à relação entre o infinito poder de Deus e o limitado esforço humano. Neste sentido, enquanto que a mística também pode implicar uma boa dose de esforço humano (nem que seja de não-resistência à graça de Deus), por seu lado, a ascese também pode implicar uma abertura grande à gratuidade da graça divina. Concluindo, na vida espiritual incarnada, a experiência mística e o esforço ascético entrelaçam-se de tal forma que já não sabemos dissecar os elementos da união da pessoa com Deus. Talvez seja esse tipo de união de contemplamos no Apóstolo João ao lermos as suas visões no Livro do Apocalipse.

[Oração] Sal 97 (98)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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