O Reino de Deus está onde se centrifuga a verdade

[Leitura] Flm 7-20; Lc 17, 20-25

[Meditação] Estou a pensar nos cristãos que hoje, como ontem, dão a vida pelo nome de Cristo, em primeiro lugar, onde o martírio é de sangue, em segundo, onde o martírio é lentamente “branco” (o Batismo vivido na radicalidade do Evangelho). E o que me fez pensar nos mártires foi a imagem que Jesus aplica a Si mesmo quando fala do Seu Reino: «assim como o relâmpago, que faísca dum lado do horizonte e brilha até ao lado oposto, assim será o Filho do homem…». Sim, quem perde a vida por causa de Cristo faz acontecer uma réplica desse “relâmpago” que foi a sua paixão, morte e ressurreição no hoje da história, mesmo que o seu reflexo venha a ser notado mais tarde e mais longe no espaço e no tempo da história da humanidade. Assim o foi, também, em relação à missão pastoral de São Leão Magno. Assim também o revela a história de Onésimo que Paulo converte na prisão e reenvia a Filémon.

O jogo das palavras para explicar a presença do Reino servem para dizer, porventura, que ele não se deixa prender por mãos humanas em vão. O Reino é uma dádiva divina e cabe ao ser humano acolhê-lo, colaborando com sua lógica. Não é meramente uma questão de tempo ou de espaço, embora se integre nessas dimensões, mas mais da atitude dos corações na predisposição para o acolher como dom. Por isso é que Jesus, no meio de negações, diz que ele já está no meio de nós. Agora, precisamos de abrir bem os olhos para o vermos bem e agirmos em consistência para o podermos apreender.

Na Igreja, como é que, na assembleia, se percebe ter o Reino “no meio” de nós? O Reino de Deus está onde se “centrifuga” a verdade, ou seja, onde se percebe ter em mãos um dado tão nobre, porque vindo de Deus, e, trocando-se por “miúdos” se partilha de dentro para fora. Não é património exclusivo, nem letra morta. Precisa de converter os de dentro da direção para da saída. Afinal, a Igreja é maioritariamente feita de “andaimes” que um dia, sim, darão espaço ao festim do Reino, cujo ingresso verá entrar o que de mais puro na Igreja representa a “esposa bela adornada”. Aí já não haverá mais martírio, mas o prémio de se ter defendido a Verdade que é Cristo.

[Oração] Orações pelos Seminários:

Deus, Pai de misericórdia,
nós vos damos graças porque
nos esperais quando saímos de casa,
nos acolheis quando regressamos,
vos alegrais e fazeis festa quando perdoais.
Fazei dos seminários casas de misericórdia,
Comunidades de escuta e comunhão,
Escolas de fé, esperança, amor e serviço.
Deus, Pai de misericórdia, nós vos pedimos
Jovens disponíveis para o sacerdócio,
Seminaristas fiéis à graça do chamamento,
Famílias abertas ao amor,
Paróquias vivas na comunhão,
Padres felizes no ministério.
Por Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco,
na unidade do Espírito Santo.
Ámen
Ó Maria, Mãe de Misericórdia,
Dai-nos muitos e santos sacerdotes.
Ámen.

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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