A caminho da pátria celeste, a “moeda” de câmbio é o amor oblativo

[Leitura] Filip 3, 17 – 4, 1; Lc 16, 1-8

[Meditação] Não há dúvida que Jesus quer que os filhos da Luz ponham na missão da Igreja tanto empenho como os filhos deste mundo põe nas empresas terrenas. O administrador da parábola que conta é desonesto, mas acaba por cativar, na sua esperteza, o coração do Mestre. Assim também o eram, na vida real que levava certamente Jesus a contar esta história, os publicanos e pecadores. Por isso, Jesus frequentava o chão que eles pisavam e as casas onde moravam. Aproveitava-lhes a esperteza para o caminho do Reino e limpava-lhes a desonestidade dos pés.

O que estará a acontecer nas nossas comunidades da Igreja? Fala-se mais de morte do que de vida, consome-se religião sem o empenho da caridade, cala-se o profetismo eloquentemente incómodo em favor de liturgias externamente exuberantes. A instituição familiar, as vocações de especial consagração, a defesa da dignidade da vida humana, etc. são temas em que, frequentemente, os primeiros responsáveis da Igreja têm dificuldade de tratar, mesmo entre os “seus”…

Falta-nos regressar às origens do que nos fez estar aqui, sem ignorar a realidade desta nova era. A trama de que somos feitos é a mesma, apesar de o tear ir evoluindo e os fios a tecer sejam de uma maior variedade de cores. Porém, o Tecelão é o mesmo e tece misteriosamente a história humana, com ou sem a nossa colaboração direta. Carlos Borromeu foi um desses homens honestos que colocaram todas as suas energias ao serviço da construção do Reino, trocando certamente as “moedas” dos seus bens materiais e espirituais em favor da formação sacerdotal e, consequentemente, laical. Li algures que «o povo será em geral o que forem os seus sacerdotes». Assim o demonstrou a diocese de Milão com as oitocentas escolas de formação lideradas por seis mil sacerdotes. Entre nós não nos podemos gabar da quantidade. Trabalhamos, ao menos, pela qualidade?!

[Oração] Sal 121 (122)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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