As segundas intenções são sempre boas se por meio de Cristo se olhar aos últimos

[Leitura] Filip 1, 18b-26; Lc 14, 1. 7-11

[Meditação] Jesus nunca convidou ninguém a ser ou fazer algo que Ele mesmo não tivesse exemplificado. Naquele sábado estava do lado dos últimos ao curar, contra a Lei, uma mulher. A partir daí, o foco das atenções estava sobre Ele e não era pelas melhores intenções. Por isso, não deve ter sido um convidado de honra, uma vez que as segundas intenções do fariseu não eram, como as do Mestre, que iriam inspirar mais tarde o Apóstolo Paulo. Pelo contrário, aquele fariseu, qual “crocodilo”, quis levá-l’O para dentro das suas “águas” pantanosas onde presumia poder dominar a Sua força. Mas as voltas daquele não chagaram para combater a dupla (esta sim, evangélica) intenção de Jesus de representar os últimos e de defender-lhes o primeiro lugar no banquete do seu Reino.

Nem sempre as segundas intenções são más, como em Jesus com as suas palavras e gestos para defender os últimos e em Paulo para O anunciar. No último lugar começa sempre o caminho da conversão e da cura, pois é lá que Jesus, identificando-Se com a humanidade, faz caminho de comunhão com quem sofre e de salvação para quem sofre.

Por isso, a honra de um convite começa no último lugar. E se, como amigos de Jesus, chegarmos a ser convidados a subir mais para cima nalgum banquete de honrarias humanas, devemos aproveitar esse lugar como púlpito para dizer o que deve ser dito, cada um a seu modo. Vejamos exemplos de quem imitou Jesus Cristo: Paulo, preso a escrever cartas, sem poupar a tinta de sangue no que deve dizer; o Papa Joao XXIII, sem deixar de aproveitar is primeiros lugares de chefes de estado e suas esposas, para castigar os costumes com o seu típico humor; o presidente da Liga Portuguesa de Luta Contra o Cancro, sem deixar de denunciar o que leva muitos voluntários a contribuir com os seus cuidados e bens em favor dos que sofrem essa doença; a comunicação social portuguesa a arriscar trazer ao de cima a corrupção dos que querem os primeiros lugares esquecendo-se do respetivo “saber para” e “dever de” servir os últimos.

[Oração] Sal 41 (42)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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