Um profeta deve “morrer” onde anuncia
[Leitura] Ef 6, 10-20; Lc 13, 31-35
[Meditação] Se a missão profética dos discípulos de Jesus dá muita paz e leva a andar de lugar em lugar sem sofrer nenhuma adversidade, é porque não realizou verdadeiramente o que foi chamado a anunciar ou denunciar. Não chegam a ser missionários, porque não estão a ser verdadeiramente discípulos. Esta afirmação não é nenhum problema pessoal com a aparência de uma cosmética pastoral pretensiosamente cativante, mas é um realismo para com a estética teológica, que, para ser cristã, implica sempre estar ligada ao seu fundamento salvífico: toda a nossa glória está na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Gl 6, 14). Se a missão num serviço ou lugar não causa nenhum tipo de morte ao discípulo de Jesus Cristo, é porque alguma coisa não está a correr bem. Nitidamente, esse profeta estará posto fora do lugar onde deve anunciar ou denunciar, tendo como critério a Palavra de Deus e a realização dos gestos que são precisos ao bem dos seus destinatários.
Hoje, se calhar como sempre, na sociedade, houve raposas revestidas de cordeiros como os fariseus. Jesus temia mais estes, que o queriam desviar da Sua missão, do que de Herodes que O queria matar. Ambos tinham motivos para O desprezar, mas cada um segundo medos diferentes, ligados aos espaços em que imperavam o seu poder mundano: os fariseus quanto à hipocrisia com que protegiam a sua relação de empresários com o homem comum; o rei Herodes quanto à supremacia sobre o templo a partir do qual queria agradar a deuses feitos à sua imagem.
Por isso, discípulos-missionários: vale mais morrer dentro do que viver e estar fora do projeto de Deus.
[Oração] Sal 143 (144)
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo