Na justiça de Deus, a balança que justifica é o genuflexório da humildade
[Leitura] Sir 35, 15b-17. 20-22a (gr. 12-14.16-18); 2 Tim 4, 6-8. 16-18; Lc 18, 9-14
[Meditação] A celebração do 90º Dia Mundial das Missões assenta sobre uma parábola que nos ajuda a compreender como é importante a missão “ad gentes” baseada no critério da misericórdia, que se pode resumir na afirmação: o desprezo dos outros nunca será fonte de verdadeira justiça. Esta, porque fundada em Deus, permite que todos subam ao seu Templo, independentemente do que se é ou do que se tenha realizado. O que pesa na balança é, unicamente, o amor, feito de duas faces: a da humildade e a da compaixão.
O Papa Francisco, na sua Mensagem para este dia, convida a Igreja missionária a ser testemunha da misericórdia, onde se sublinha:
1) O convite a sair, alargando os horizontes da missão da Igreja e pondo a render os seus talentos ao serviço da humanidade inteira;
2) A consciência de que no coração do Pai cabe a misericórdia pelos mais vulneráveis;
3) A manifestação mais alta da misericórdia do Pai é o Verbo encarnado, não só nas parábolas, mas também na sua Pessoa e ação;
4) A eloquência feminina crescente que, a par dos missionários, traz soluções criativas e inéditas à missão;
5) A atividade da educação também é espaço de evangelização que requer esforços corajosos e lenta espera de pessoas capazes de evangelizar;
6) A mensagem de salvação é dom para todos, em especial os que mais necessitam, a saber: os injustiçados por causas de guerras e crises humanitárias;
7) É preciso destinar ofertas a esta Obra das Missões, para que se possam socorrer as comunidades cristãs que precisam de ajuda e o anúncio do Evangelho possa chegar a todos;
8) Modelo missionário para a Igreja é Maria, «a gerar e a guardar por todo o lado a presença viva e misteriosa do Senhor Ressuscitado, que renova e enche de jubilosa misericórdia as relações entre as pessoas, as culturas e os povos».
Como dizia Santo Agostinho: «O meu amor é o meu peso». Que cada um de nós possa ajoelhar-se assim, colocando o peso do amor nas vidas dos que andam cansados e oprimidos pelo pecado, próprio e o dos outros, a partir da alegria gerada pela própria experiência da misericórdia de Deus a justificar o próprio coração. É esta atitude que justifica ir ao templo… para que outros saiam justificados!
[Oração] Sal 33 (34)
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo