A esmola que liberta dispensa as etiquetas

[Leitura] Gal 5, 1-6; Lc 11, 37-41

[Meditação] Na vida cristã, as tradições humanas não têm a última palavra, senão não faria sentido a repetida escuta da Palavra de Deus na Liturgia da Igreja. É por Cristo, a Palavra do Pai, que nos vem a «verdadeira liberdade» e, conforme o Apóstolo Paulo nos garante, de pouco vale ficar agarrados a ritos antiquados quando estes perdem o seu conteúdo essencial. Esses ritos vazios, como se depreende da Carta aos Gálatas, prendem-nos às tradições dos homens, em vez de nos ligar ao projeto de Deus. Pelo Seu Espírito Santo, participamos neste projeto, bastando-nos «a fé que atua pela caridade».

Na Igreja peregrinante, corremos todos o risco de personificar aquele fariseu que convidou Jesus a comer em sua casa: apreciamos a Sua presença, mas questionamos a Sua maneira de estar, uma vez que Ele não se baseia em esquemas humanos, mas na vontade do Pai. Na Eucariatia, uma vez que é Ele quem noa convoca, somos reorientados constantemente para uma fundamental renovação pessoal e comunitária, sem a qual, na prática, constrangiríamos a Liturgia sagrada a ser um clube de refrães e insígnias minimalistas.

O Papa Francisco não teve medo de nos “escandalizar” ao nos avisar do verdadeiro escândalo que é o cumprimento da participação na Eucaristia concumitante ao incumprimento na ajuda aos irmãos. Apesar de ser facultativa, a memória de São João XXIII faz-nos recordar os obstáculos da Cúria que ele teve de contornar para dar início àquele acontecimento de atualização da Igreja que viria a ser o Concílio Vaticano II. Se repararmos bem, do farisaísmo que não dispensa as etiquetas nunca veremos acontecer mudanças significativas, a não set nas coisas exteriores. Aqueles que vivem não para ser servidos mas para servir gozam de uma paz interior libertadora. É esta a melhor “esmola” que se pode dar ao mundo!

[Oração] Sal 118 (119)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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