Exaltemos a Cruz feita de um madeiro de Amor!
[Leitura] Num 21, 4b-9 ou Filip 2, 6-11; Jo 3, 13-17
[Meditação] Raramente há impaciências que não estejam unidas à reivindicação de direitos e, ao mesmo tempo, atacadas pelo aguilhão da consciência de se ter faltado a algum dever. Deste tipo de impaciência é, também, tecida a experiência do Povo de Deus, no seu caminhar pela história. Como percebemos pelo que nos é narrado no Livro dos Números, o melhor antídoto para esta impaciência é a oração de intercessão por um mediador de Deus. E porque terá que ser… a um mediador? Talvez porque a visão de Deus, por parte de quem erradamente O vê como autor de todos os males ou não tem paciência para O reconhecer nas vicissitudes da vida, precise de um reflexo o mais límpido possível do Seu Ser verdadeiro. No Antigo Testamento, foram-no, entre outros, Moisés, para os filhos de Adão. Na história da Nova Aliança, são-no o definitivo Mediador, Jesus Cristo, e, com Ele, todos os que O seguem como Apóstolos do Cordeiro.
É emocionante e motivador, para o ser humano, saber que Jesus escolheu como título para encabeçar a missão que Lhe foi confiada pelo Pai a expressão de «Filho do homem». E, como tal, sendo elevado para que todos os que acreditarem n’Ele possam ter a vida eterna. Nesta Sua humilhação, é mais fácil compreender que, diante do mistério da iniquidade, “dando a cara”, Ele é o “rosto” pelo qual Deus Pai revela o mistério da Redenção. O “madeiro” parece-se, a partir daquele título, esta carne débil que Ele quis assumir como “lugar” de realização do Amor infinito.
Na árvore da Cruz, Jesus prova que os melhores frutos são os que se colhem com o sofrimento para serem partilhados. Aqui descubro que ponho Jesus Cristo no centro da minha vida quando puser o bem dos outros no centro das minhas (pre)ocupações. E donde parece, por vezes, vir a impaciência, o cansaço e o desânimo, que nos parecem ser sinais da morte, surge o ímpeto da vida mais surpreendente.
[Oração] Sal 77 (78); Prefácio da Festa da Exaltação da Santa Cruz:
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte.
Na árvore da cruz estabelecestes a salvação da humanidade,
para que donde viera a morte daí ressurgisse a vida
e aquele que vencera na árvore do paraíso
fosse vencido na árvore da cruz,
por Cristo nosso Senhor.
Por Ele, numa só voz, os Anjos e os Arcanjos
e todos os coros celestes
proclamam com júbilo a vossa glória.
Permiti que nos associemos às suas vozes,
cantando humildemente o vosso louvor:
Santo, Santo, Santo.
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo