[Leitura] 1 Cor 7, 25-31; Lc 6, 20-26

[Meditação] A cena do monte relatada por Lucas permite-nos ver mais aquém do elenco das bem-aventuranças. Jesus sobe ao monte e a multidão fica no vale, enquanto Jesus, para a ver, está a olhar para baixo. Aproximam-se os discípulos que têm a ousadia de subir com Ele e, ao vê-los aproximarem-se d’Ele, Jesus ergue o olhar para eles. Antes do elenco de bem-aventuranças e de imprecações, é a bem-aventurança do olhar para quem é simples! A multidão olhar para Jesus lá no cimo e Jesus, no cimo, eleva o olhar para os discípulos que o Pai Lhe dá. No vale, Ele disse «quem Me vê, vê o Pai». No cimo, é como se o Pai Lhe dissesse «se os vês, vês-Me a Mim».

Sim, é precisa muita simplicidade para ver e seguir o Mestre. E é pela simplicidade que também Ele se deixa reconhecer! Esta atitude “emagrece” o peso que nos obriga a desejar o vale e eleva-nos o olhar e os passos para habitar o horizonte dos que seguem Jesus. O mundo consumista obriga-nos a olhar muito para o chão dos que resumem a sua vida na procura do que é passageiro. Quantas parangonas a atrair o olhar para o que é efémero à vista da certeza de todos menos os que não olhar para a coerência dos simples.

Deixar-se amar e amar em permanência é a “condição incondicional” dos simples, sejam eles solteiros, casados ou consagrados, atarefados ou desempregados… Seja em que condição de vida, importa que o seu estado seja o de um sólido olhar, frente a um estado líquido da vida que flui nos vales da existência. Estes são maioritariamente governados pelos «falsos profetas», que se descobrem “vestidos” de parangonas a “sugar” a terra. Ai deles! Os verdadeiros profetas exigem que se olhe mais para cima. Andam “mal” vestidos e varrem, com o olhar, o céu. Bem-aventurados!

[Oração] Sal 44 (45)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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