A cabeça de João, a outra “metade” do Reino recusada

[Leitura] Jer 1, 17-19; Mc 6, 17-29

[Meditação] Herodes aceitaria trocar por aquela bela dança nem que fosse metade do seu Reino, mas, também ele, estava dividido entre aquelas duas metades do todo que é a existência humana: a perturbação que ajuda a ver a verdade e o prazer que se deixa cegar pela mentira.  Diante de João, sentia-se perturbado, mas escutava-o com prazer; diante dos grandes da corte, presenteou a mentira, mandando matar a verdade. Se tivesse dividido o seu reino terrestre como presente, sem medo de qualquer tipo de consternação entre os seus homólogos, não tinha perdido o todo do Reino que João lhe indicava com a sua coragem.

Não é fácil para ninguém perceber e aceitar a verdade toda sobre as exigências da vida. Se fosse fácil não havia guerras e mártires. Acoplado a um desejo de prazer está sempre a possibilidade do sofrimento. Camuflar este para evidenciar só aquele é uma mentira que mais cedo ou mais tarde se paga caro, frequentemente, com a vida dos que defendem a verdade a todo o custo. Estes sabem que o Senhor lhes promete tudo, independentemente do que nesta vida se perde em defesa da verdade. João Batista foi o precursor que se deixou percutir pela verdade que apresentou ao mundo: a vinda do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

Neste hemisfério europeu em que vivemos abundam todo o tipo de “danças” e escasseiam profetas, enquanto que do outro lado continuam a ser martirizados homens e mulheres que defendem as verdades da fé, vivendo prisioneiros de mentiras entre os que detêm os poderes do mundo. Jesus quer-nos dar o seu Reino por inteiro:

[Oração] Sl 70 (71)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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