“A ca(u)sa do Perdão é Força que levanta e Caminho de regresso

[Leitura] Am 7, 10-17; Mt 9, 1-8

[Meditação] É interessante que, lendo em profundidade a cena do Evangelho, observemos Mateus a descrever o itinerário de Jesus como que se tratando de um ciclo-paradigma para o itinerário da salvação da humanidade. Antes de Se cruzar com o paralítico, Ele «subiu para o barco», «atravessou o mar» e «foi para a cidade». Nestes três elementos pode estar o segredo para percorrermos o caminho de Jesus. Vejamos esquematicamente:

«Subiu para o barco» → Entrar na comunidade da Igreja…

«Atravessou o mar» → … para fazer a experiência no mundo sem naufragar…

«Foi para a cidade» → … navegando ao encontro da casa definitiva do Pai.

O encontro com o paralítico e a sua cura, em Mateus, põe mais evidência o poder de Jesus do que os que o apresentam (como acontece com os outros evangelistas sinópticos), não se esquecendo da admiração que Jesus tinha pela fé daquela gente. Este pressuposto da fé considerado por Jesus e a originalidade do seu perdão insinuam-se, juntos, como ingredientes do “princípio ativo” que faz levantar o paralítico e lhe dá forças para regressar a sua casa. O convite «Levante-te» fé do paralítico; o convite «anda» leva a garantia do perdão de Deus que limpa das impurezas que impedem de caminhar na boa direção.

Se estes dois elementos, na fé que acolhe o perdão divino, não se encontram, a consequência é o risco de sermos, como o rei Jeroboão e o seu sacerdote descrente Amasias, deportados para a terra do exílio, para longe da própria terra. Já o profeta Amós, sente-se seguro do que diz, porque a ca(u)sa que ele “habita” é o anúncio ao seu Povo que o Senhor lhe confiou. Para nós, hoje, o Reino de Deus é a ca(u)sa que continua a requerer a fé que, no acolhimento do perdão, permite acolher a salvação, no regresso à definitiva casa do Pai.

[Oração] Sal 18 B (19B)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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