João Batista: missão divina possível para um parto humanamente impossível

[Leitura] Is 49, 1-6; Act 13, 22-26; Lc 1, 57-66. 80

[Meditação] Um dos sinais de que, hoje em dia, não é fácil os pais apoiarem como gostariam ou deveriam o discernimento vocacional dos filhos é, por exemplo, uma escolha do nome nem sempre rezada, feita aparentemente por razões familiares e sociais, tendência que, posteriormente, também para a celebração da Iniciação Cristã (com os padrinhos de conveniência, o vestido da primeira comunhão, etc.). Não admira que o Crisma nem sempre signifique dar ao ser de “discípulos” o caráter de “missionários”, como o Papa Francisco sugere que seja a definição de um batizado. Com João Batista, quem escolheu o nome foi o próprio Deus, assim como, para tornar possível a sua concreta missão, quebrou todas as barreiras do que parecia ser um parto impossível.

A melhor atitude do homem, neste acontecer do desígnio da vocação cristã que tem início sob a ação de Deus, é a mudez como a de Zacarias, para que, depois, se possa desfrutar da alegria do encontro que confirma a vocação pessoal. É curioso que Zacarias sacerdote no templo, podendo alguém ser levado a pensar que, por cumprir tais funções, Deus daria ao seu filho um bom futuro. Mas não! Nem o parecer, nem os méritos sacerdotais de Zacarias serviriam para resolver o problema da sua idade avançada e a infecundidade da sua esposa. Só Deus, nos inícios de uma vocação, pode detonar a fonte de luz que emerge em cada pedaço do caminho vocacional.

Urge, hoje, cada vez mais, a partir de uma unânime pastoral familiar, voltar a sublinhar a contemplação dos sinais e o discernimento com base no ser da Igreja que habita no mundo com uma missão que lhe foi confiada por Jesus Cristo, para que nenhum dos filhos fique prejudicado vocacionalmente pela infecundidade espiritual, apesar da fecundidade física de seus pais. Muito nos têm a ensinar os pais que, apesar da infecundidade física, resolveram perder o medo e encher-se de coragem para dar lugar, no seu seio, ao acolhimento de filhos pela fecundidade surpreendente do amor adotivo. Apesar da “mudez” de tantos pais biológicos, Deus continua a fazer maravilhas na vida de tantos e tantas crianças que crescem em famílias adotivas que, em nada, ficam a dever às biológicas em matéria de acompanhamento humano e vocacional.

[Oração] Sal 138

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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