Jonas (a treinar-se como comentador de futebol com os amigos…)
Neste Europeu, a nossa Seleção Nacional parece que está destinada a empates. O que se passará com os jogadores?
Mestre (a partir do íntimo da consciência de Jonas)
Meu caro Jonas, não sabia que eras interessado em comentar o futebol!
Jonas
E até não sou muito, mas como se trata de apoiar os portugueses, sinto que devo ser empático.
Mestre
E muito bem! A empatia implica algum esforço por parte de quem se faz próximo para apoiar seja que causa boa for.
Jonas
Sabes o que intriga, Mestre? É ver que se reúnem muitos esforços, pessoais e económicos, para uma luta “bipolar” como é a do futebol e poucos esforços para se alcançar o essencial para todos.
Mestre
Pois… a fé que os treinadores e jogadores precisam para acertar nas balizas opostas, é a mesma que os meus discípulos precisam para acertar numa única baliza.
Jonas
E que baliza é essa? Em que campo é que fica?
Mestre
A “baliza” a que me refiro está no centro: é o ser humano. Desde sempre, a Trindade a que Eu pertenço joga em favor dele, a pensar em todos e a “jogar” todos os dias (cf. Lc 9, 18-24). Pena é, de facto, que nem todos os humanos joguem neste mesmo sentido.
Jonas
Então, quer dizer que o futebol não é bom para o progresso da humanidade…
Mestre
Acho que estás enganado, Jonas. O futebol é um tipo de desporto e pode contribuir para o progresso da humanidade, se der espaço à importância de outros desportos e se deixar de utilizar as pessoas como se fossem objetos de transação económica, que, na melhor das hipóteses, só favorece alguns com poucos ou muitos recursos que obtenha em cada época.
Jonas
E ainda há o problema de as épocas de futebol levarem grande parte de cidadãos de uma sociedade a ter a consciência adormecida em relação a alguns problemas graves da sobrevivência humana. Um dos fatores que diminui a capacidade de empatia, uma vez que esta não sobrevive com intermitências.
Mestre
Aí, dou-te toda a razão. A maioria dos órgãos de comunicação social tende a manipular as consciências, levando-as a estar (preo)cupadas com o que “vende” mais em favor de alguns. Ser empático implica estar ocupado no bem dos que, realmente, precisam e… como Deus: para todos, a começar pelos mais pobres e sempre!
Jonas
Obrigado, Mestre, por acordares a minha consciência para os verdadeiros e reais problemas da vida humana. Pensando bem, não sirvo para comentador de um desporto que só cuida ou, melhor, entretém uma parcela dos seres humanos. Prefiro comentar a vida humana propriamente dita, sobretudo na que se refere à “liga dos últimos” no que se refere aos pobres, onde ninguém fica triste se houver sempre empates. E estes, ainda que não nos pontos de partida, ao menos nos pontos de chagada… ao centro que és Tu!
Mestre
Muito bem, uma consciência equitativa não te fica mal e, com ela, levar-te-emos a uma vitória maior.