Aclamemos Jesus sem “balconear” a vida, “primeiriando-nos” na entrega
[Leitura] Zac 12, 10-11; 13,1; Gal 3, 26-29; Lc 9, 18-24; Nova Igreja das Catacumbas
[Meditação] Diante das multidões e dos seus discípulos Jesus correu o risco que a hoje, também, o Papa Francisco se sujeita: muita admiração pelo milagre da coerência entre o que diz e faz, mas pouca consciência do espírito de sacrifício que isso implica. Pedro aclamou Jesus como o Messias de Deus tendo na sua mente a utilidade político-social deste título, esquecendo-se ou ignorando aquilo por que Ele teria de passar como Filho do Homem enviado pelo Pai. Na verdade, na etapa da “euforia” do Cristianismo muitos são capazes de estar, mas depois que Jesus anuncia o que tem de sofrer antes de ressuscitar, muitos afastam-se. E é aqui que muitos passam a ser não praticantes ou buscadores de Deus por outras paragens.
É muito frequente, como o próprio Papa disse aos jovens na JMJ Rio 2013, “balconearmos” a vida, ou seja, ficarmos a ver de fora sem nos envolvermos nos desafios que realizam positivamente a vida, entre os sacrifícios que Jesus não esconde e a vitória que Ele mesmo nos promete. Hoje, enquanto assistimos a uma “debandada” de jovens crismados a fazer aquela estranha “diáspora” que intriga párocos e catequistas (estranha porque a maioria não se sente com a missão de evangelizar para fora…), há uma multidão de refugiados que pede o Batismo por atração a um ambiente que os ajuda a encontrar a paz.
O grande desafio que, na liturgia de hoje, nos é colocado parece ser o desafio das “catacumbas” como alternativa aos “balcões”. A fé é mais autêntica vivida naquelas do que sofrida nestes. Naquelas sofre o corpo, mas cresce o espírito; nestes o corpo parece estar a salvo, mas o espírito (não “os espíritos”) vagueia à procura de Deus sem um envolvimento pessoal na transformação valorosa da sociedade. A unidade que Jesus promete implica acreditarmos que Deus é a fonte, os destinatários são todos, em todos os dias, e o esforço é para quem quiser segui-Lo pelo caminho de uma entrega autêntica.
[Oração] Sal 62 (63)
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo