Entre a confusão das línguas e os irmãos: o Pai-nosso

[Leitura] Sir 48, 1-15 (gr. 1-14); Mt 6, 7-15; Iuvenescit Ecclesia

[Meditação] O que ontem refletíamos acerca da confusão de carismas que reclama a harmonia do rejuvenescimento da Igreja através da boa relação entre os dons hierárquicos e carismáticos, a partir da questão das boas obras, hoje, retomamos no capítulo da oração. Diante da confusão de orações exibidas na praça pública por escribas, fariseus, discípulos do Batista e seitas diversas, talvez para que os que os ouvissem notassem a relação entre as suas orações e o seu presunçoso efeito, os discípulos de Jesus sentiam-se inferiorizados. Então Jesus, ensina-lhes a oração, com qual nos coloca diante da relação essencial e complementar com o Pai e com os irmãos.

Apoiado neste Evangelho, nenhum cristão precisa de ficar aterrorizado quando vê rezar outros com mais eloquência. Não sabemos o que Jesus dizia ao Pai, na aparente solidão do cimo dos montes, mas de uma coisa estamos certos: a sua oração ligava-O ao Pai e não se esquecia dos seus irmãos. O Pai-nosso é, pois, a síntese da experiência espiritual de Jesus e, com as sete petições que se seguem ao “Abba”, estão estreitamente ligadas ao discurso das Bem-aventuranças que Ele proferiu na montanha. Não foi por acaso que, sobre esta tão nobre, porque divina, forma de rezar, Santo Agostinho declarou:

Se leres todas as palavras das orações contidas na Escritura, na minha opinião não encontrarás nem sequer uma só que já não esteja encerrada e resumida nesta prece do Senhor. Por conseguinte, temos a faculdade de rezar, pedindo as mesmas coisas com palavras diferentes. No entanto, não é permitido pedir coisas diversas.

O Pai-nosso é, por isso, o “breviário” dos simples. Quando nos faltar o ânimo seja diante de orações complicadas, seja na aridez do “deserto” nas nossas vidas, pelo menos não nos faltem no coração e nos lábios estas palavras que Jesus nos ensinou!

[Oração] Sal 96 (97)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

 

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