[Leitura] Ap 11, 19a; 12, 1-6a.10ab; Lc 11, 27-28 ou Jo 19, 25-27
[Meditação] Não há dúvidas de que Maria de Nazaré foi a primeira na humanidade inteira a habituar-se à ideia de Deus habitar no mundo através da incarnação. O seu Sim contínuo à Palavra de Deus fez com que Ela fosse a primeira a fazer parte da grande família de Deus, começando com a docilidade de Filha e passando rapidamente ao papel de Mãe do Redentor. Maria não é uma daquelas “barrigas de aluguer” que se quer tentar aprovar em Parlamento, pois, em relação ao Filho de Deus, Ela quis assumir a sua missão desde a sua concepção virginal até à entrega total de Jesus na cruz.
Este hábito de descarte da vida humana a que estamos a assistir nas propostas políticas não passa de uma “efervescência” ideológica de quem nunca se habituou a ver-se como filho ou filha (sim, a filiação só tem dois géneros!!), apesar das vicissitudes que, no tempo, no espaço e dentro de circunstâncias particulares a respeitar (e porquê culpabilizar no caso de não terem sido boas?), para, depois, passar a decidir segundo um projeto que defenda a vida eterna. Só conheço um: o de Deus Pai que Jesus veio anunciar, convidando-nos a fazer parte da Sua Família divina.
Maria de Nazaré acolheu o Espírito de Deus. Ela continua a ser aquela Mãe que, reunida com os discípulos de Seu Filho no Cenáculo, aguarda e apoia na abertura à contínua vida do Espírito. Que haja Pentecostes acolhido na “habitação” onde se escuta a Palavra e na “habituação” ao cumprimento da mesma. Só assim poderemos vir a contemplar a beleza perene que, embora existe desde sempre, os nossos olhos ainda não conseguem vê-la diretamente, só a partir da pedagogia da Igreja, também nossa Mãe, até que se renovem todas as coisas.
[Oração] Sal 44 (45)
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo