Dificuldades pessoais e consciência eclesial – hora de confronto justo e equipativo

É preciso virar a página no modo como se veem as dificuldades pessoais mais ou menos graves, sejam dos padres, sejam de outros consagrados ou ministros, na hora de sugerir avaliação e resolução ou terapia. Não são só razões pessoais a bloquear um qualquer processo pastoral, também razões ligadas ao papel que cada um exerce na comunidade. Hoje, não se pode assegurar absolutamente que as crises pessoais sejam devidas só a “culpas” pessoais, garante um estudo conjunto E. PAROLARI e A. MANENTI (cf. Tredimensioni 1, 2016).

Nesse sentido, F. RINALDI (cf. idem) assegura que em situações de crise relacional é oportuno não focalizar a atenção sobre o indivíduo (para o ajudar a reconhecer as suas dificuldades e a maturar uma disponibilidade maior à sua adaptação), mas ver quais processos estão ativados entre a pessoa, o contexto em que vive e o papel que lhe é pedido. Para a cura, não basta a visão intraquíquica, mas também é bom juntara-lhe a visão intersubjetiva, necessária para se afrontarem os problemas de natureza institucional e de papel, cada vez mais emergentes na Igreja e na sociedade. Será, portanto, melhor não acentuarmos a alternativa entre pessoa e ambiente, para nos interrogarmos sobre a relação entre eles, passando da pergunta «sou eu que devo adequar-me ou são eles que me devem aceitar?» à pergunta «em que modo podemos encontrar um acordo melhor?». O problema agrava-se quando um dos interlocutoresestá pouco disponível ou pouco capaz de entrar num processo de mudança e adaptação recíproca. Neste caso, talvez seja melhor amar e esperar nos contextos regressivos em que se encontram (seja individual, seja institucionalmente).

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