A vida sem emoções: uma vida sem sentido(s)?
Neste “cenáculo de oração” que constituiu a semana que vai da Ascensão do Senhor até ao Pentecostes, a Liturgia da Palavra convida-nos à imersão na experiência emocional do Apóstolo Paulo a despedir-se dos seus, onde se espelha a primordial oração sacerdotal que Jesus dirige ao Pai também pelos seus; nestas duas experiências não faltam quer a intimidade (entre Jesus e o Pai), quer o abraço (entre Paulo e os anciãos de Éfeso). Fará sentido conceber e organizar a vida da fé sem a consciência da importância das emoções?
STEFANO GUARINELLI, psicólogo e psicoterapeuta professor do Seminário Arquiepiscopal de Milão, garante que excluí-las parece pouco realista e não saber como funcionam é correr o perigo de deixar à deriva instrumentos valiosíssimos, não só na consciência, mas também na realização da experiência humana. Uma vida sem emoções seria uma vida triste? Não, nem mesmo triste, porque esta já é uma emoção! Não seria vida. Seria, mais, uma vida sem os cinco sentidos, pois que estes não só permitem ao mundo de chegar até nós, mas também nos permite fazer experiência dele. As emoções, como os sentidos, são puras fontes de conhecimento e de contemplação do mundo. Por isso, a vida sem emoções seria uma vida sem sentidos e sem sentido. (Cf. Tredimensioni 1, 2016)