Colocando-nos sobre a sua Cruz, aloja-nos na Misericórdia e cuida de Nós

[Leitura] Is 50, 4-7; Filip 2, 6-11; Lc 22, 14 – 23, 56

[Meditação] Na celebração de Domingo de Ramos na Paixão do Senhor, reparemos que a procissão que nos leva para dentro das igrejas, depois da bênção dos ramos, o presidente da celebração vai à frente, mesmo que no meio do povo, e não atrás, como habitualmente. Não é por mera rubrica! É o serviço aos outros que se quer significar com este gesto, mais importante do que cultos e sacrifícios. Serviço feito de exemplo e fidelidade.

Relendo  a parábola do bom samaritano (Lc 10, 29-37) à luz do relato da Paixão, dou-me conta que também Jesus caminha desconsiderado, mas, mesmo assim, faz-se próximo e, como o bom samaritano, coloca-nos na sua própria Cruz, , leva-nos para a “estalagem” da Misericórdia e cuida de nós. Não Lhe interessa tanto a proximidade ou a distância com que O olhamos (hoje nos irmãos que sofrem), quanto o cruzar do nosso olhar com o seu olhar misericordioso, capaz de fazer com que não desesperemos diante da consciência do nosso pecado, mas que acreditemos na sua força salvífica do Seu amor.

Na verdade, Jesus não arredou um passo, mas deixou-Se ir ao mais fundo no processo que O leva à morte, para percebermos até que ponto, na nossa condição de vítimas (também do pecado), Ele nos quer salvar. Como nos inspira o Evangelho proclamado depois da bênção e aspersão dos ramos, acompanhemos aqueles que O representam, hoje, nos preparativos e no caminho pascal. O Senhor precisa do “jumentinho” que está representado nas nossas fraquezas, dispondo as “capas” da confiança e da humildade, louvando-O pelos milagres que operou na nossa vida. Não nos calemos, senão clamarão as pedras: «Bendito o que vem em nome do Senhor!»

[Oração] Sal 21 (22)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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