Descansemos em Deus, trabalhando na realização da sua vontade
[Leitura] Is 49, 8-15; Jo 5, 17-30
[Meditação] Na vida terrena de Jesus e no trecho evangélico de hoje, aprendemos que todos os dias são oportunos para Lhe falar e para pôr em prática a vontade do Pai que nos foi revelada por Aquele que Ele enviou. E o Pai deu a Jesus o poder de julgar como Filho do homem. Não será porque somos chamados a imitá-l’O na sua conduta terrena? Assim sendo e entendendo o “trabalho” na sua dimensão salvífica de serviço, todos os dias servem para fazer boas obras e não só os feriais ou os festivos. Amar a Deus e ao ser humano estão, a partir de Jesus, na mesma ação! Entram nessas “boas obras” os sacramentos, a oração, o testemunho, as obras de misericórdia, etc.
Já lá vai o tempo, mas se calhar ainda não de todo, em que o nosso domingo se fazia parecer cópia do Sabbat judeu. Nem por comparações! O Domingo cristão é dia da celebração da libertação definitiva da Nova Aliança. Então, neste dia não faz sentido quebrar o ritmo da imitação de Cristo, quanto ao que Ele dizia e fazia, encontrando na Eucaristia dominical a melhor síntese. Aqui se resolve o equívoco sobre o trabalho dos sacerdote aos domingos: sim, “trabalham” no sentido da configuração com Cristo e da realização da vontade do Pai. Assim, também, cada batizado a partir do sacerdócio comum. Sempre entendido como serviço.
No entanto, qual é a lógica da celebração no tempo, na diferença dos dias e na multiplicidade de tarefas? A primeira leitura ajuda-nos a perceber que, no ritmo do tempo, a iniciativa pertence eternamente a Deus não só quanto ao convite a escutar o seu chamamento, mas também ao “tempo de antena” que Ele dá ao ser humano, para que este tenha oportunidade para Lhe dizer as suas razões. Então, todos os dias servem para Deus escutar os nossos dramas e vitórias (Ele fá-lo sempre!); e todos os dias servem para celebrarmos/deixarmos que Ele realiza nos Sacramentos o seu projeto salvífico. Há, na verdade tempos favoráveis para Lhe falar e O escutarmos no coração e “dias de salvação” propostos na Liturgia da Igreja para acolhermos mais expressivamente os seus dons. O que não vale de muito é moralizarmos a presença ou a falta. Vale sim, e muito: quem “cumpre” os tempos fortes e participa nos dias especiais, saia deles deixando-se transfigurar, para que os que pensamos estar fora possam ver a luz que daí dimana.
[Oração] Sal 144 (145)
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo