A grandeza de praticar e ensinar a simplicidade no amor
[Leitura] Deut 4, 1. 5-9; Mt 5, 17-19
[Meditação] À primeira vista, ao escutarmos o Evangelho de hoje, pode parecer-nos que Jesus é um legalista, mas não! Ele não Se engana a Si próprio, nem nos engana a nós, quando Se debate com os fariseus, esses sim, legalistas, por cumprirem a Lei o que lhes convinha, acrescentando-a para os outros a seu bel prazer. No seu romance “A Cabana”, PAUL W. YOUNG coloca na boca do Filho de Deus a constatação de que muitos dos pesos que institucionalmente nos impomos não foi Ele que os sugeriu; teremos de os avaliar e resolver entre nós.
A Lei da qual o Mestre quer que não se perca nem que seja a sua mais pequena letra é a Lei de Deus, transmitida fielmente pelo Povo através da história. Não é lei dos homens, mas de Deus. Para os antigos, era a Torah. Hoje, para nós, é toda a Sagrada Escritura, interpretada e transmitida fielmente pelo Magistério da Igreja.
O grande desafio de hoje é, claramente, a coragem de praticar e a consequente capacidade de a ensinar às gerações vindouras. Se este é um desafio difícil, também é condicional: ninguém pode ensinar o que não pratica, no que toca às coisas de Deus. O Deuteronómio referia-se a um povo necessitado de organização, na passagem do nomadismo à aquisição e habitação na terra prometida. Nesta «Igreja em saída», precisamos de atender ao estilo de vida de Jesus que passava por povos e aldeias a fazer e a ensinar o bem.
Portanto, em cada tempo e em cada cultura, é preciso ser-se fiel à Palavra, sendo ao mesmo tempo fiel ao ser humano necessitado dessa Luz que está em Cristo, para que todos, em todos os tempos, façamos parte da plenitude com a qual Jesus Cristo veio completar a Lei, no amor. Poderá ser esta a pequena palavra pela qual Jesus se debateu e com a qual deu a vida por todos nós.
[Oração] Sal 147
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo