Entre castigar e misercordiar está uma figueira frágil e um Deus paciente
[Leitura] Ex 3, 1-8a. 13-15; 1 Cor 10, 1-6. 10-12; Lc 13, 1-9
[Meditação] Com um castigo pode-se aspirar, como pedagogia, a desviar do mal, e até conseguir, por vezes, corrigir dos efeitos de uma má ação. No entanto, a libertação do pecado só com a misericórdia divina se consegue! No crescimento de muitas pessoas, mesmo no tempo depois de Cristo, teve muito peso o discurso do castigo, quer como aviso, quer como forma de correção. O Deus que Jesus Cristo nos apresentou nunca agiu assim! Prova-o a parábola da figueira estéril que hoje Jesus nos conta.
TOMÁS HALÍK, no seu livro Paciência com Deus (Paulinas 2013), fala-nos de um “Deus desconhecido, mas demasiado próximo”. Foi este Deus que Se apresentou a Moisés como “Aquele que é”, convidando-o a ir libertar o povo de quem Ele há muito escuta gritos de profundo desespero. Antes de sairmos para as periferias da existência humana onde o Papa Francisco nos convida a dar testemunho alegre de Jesus Cristo, somos convidados, cada um e cada uma, a deixar-nos envolver por aquela “sarça” de uma fé ardente que aquece e acorda o coração adormecido e impele a ir onde a mesma fé está adormecida ou latente.
É, preciso, de facto, abanarmos com a “figueira” que é a estrutura da Igreja, para ver que frutos é que caem. Ou vemos só folhas? Certamente que não, mas também frutos, do cuidado que os nossos antepassados imitaram de Jesus Cristo. No entanto, há que não “adormecer à sombra” da figueira, como se os frutos fossem automáticos e só dependessem do Deus benevolente. Requerem-se novas vocações, no sentido de novas entregas com novo ardor que partam da relação com Deus e terminem junto do “porto seguro” que é o cuidado para com os irmãos.
Castigar ou misericordiar? O que achas que produz mais frutos de vida eterna? Olha para o Deus de Jesus Cristo: Ele só faz o que dá mais proveito!
[Oração] Sal 102 (103)
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo