Transfiguração: a linha do monte inverte-se, quando chegas ao cimo!

Transfiguração vista por padretojo[Leitura] Gen 15, 5-12. 17-18; Filip 3, 17 – 4, 1; Lc 9, 28b-36

[Meditação] Quem anda neste mundo há mais anos e levou a vida a sério, soma a sua experiência à estatística, dando conta de que há, de facto, duas idades na vida e uma pessoa: há uma em que só vemos a base da “montanha” feita de terra e de esforço errante; mas, se tivermos a coragem de subir ao cimo, iremos, entre sono, vertigens e alguns instantes de lucidez espiritual, dar conta que a linha do horizonte se inverte.

Fazer a experiência do cimo, não só na Liturgia, mas também na Vida, leva-nos a perceber que o mundo está à nossa espera, não só com o nosso esforço, mas com a graça gratuita de que somos chamados a ser humildes portadores. É Jesus Cristo o centro dessa experiência e, entre a humanidade que Ele comunga connosco e a divindade de que nos quer fazer partícipes, há uma relação de mistério que não nos é dado compreender: só aceitar. É como na vocação de especial consagração, onde também humildemente incluo a vocação ao Matrimónio e à Família (juntamente com a vida consagrada e o presbiterado): há uma parte do caminho que vemos (a da ascese) e que depende da nossa decisão livre; e uma parte que depende da mística incompreensível, mas dom a acolher como luz refulgente.

É bom frequentarmos a “nuvem” do monte da oração, onde não vemos, mas ouvimos a Palavra do Pai que é o Seu Filho muito amado. Colocou n’Ele a sua complacência para nos aproximarmos e pormos os nossos pés nos rastos onde Ele colocou os d’Ele. Jesus passava muitas horas naquele cimo. Para nós é um exemplo sempre urgente de ser imitado. Quanto mais ousarmos, mais seremos parecidos com Ele, não numa piedade inconsequente, mas numa ação mais iluminada pelo alto.

[Oração] Sal 26 (27)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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