Breve Testamento basta!

[Leitura] 1 Reis 2, 1-4. 10-12; Mc 6, 7-13

[Meditação] A nossa vida, em muitos sentidos, complicou-se muito, não só pelo facto de existirmos numa sociedade e tempo concretos, mas também porque carregamos uma herança cultu(r)al muito grande, sem nos propormos dissecar o que é essencial do que é anexo, teimando subverter a relevância entre texto e notas de rodapé. E a prática da vida torna-se, por vezes, no que é de mais importante difícil. Jesus pediu-nos isso? Não!

Pelo contrário: o Mestre enviou os seus Apóstolos dois a dois, o que nos ajuda a crer que bastava o texto do que Ele lhes tinha ensinado e sem serem precisas as “notas de rodapé”. Por outro lado, se lhes disse para levarem pouca coisa, é porque na cultura e no culto do seu tempo, haveriam mais que se pudessem levar. Enfim, o tempo não é assim tanto para estratégias que dispensem o encontro concreto com as pessoas, indo diretos ao assunto que promete a paz.

Na verdade, muitas das nossas estratégias pastorais e sociais, parecem estar tão distantes do essencial. Giramos, giramos e… por fim, damos conta que chegamos ao objetivo proposto sozinhos, sem o objetivo propriamente dito. Não demos conta de que o Testamento de Jesus é breve, como breve é o método que nos propõe. Só o objetivo é que é grande: o anúncio do arrependimento e a cura das doenças; a vida eterna. Para este objetivo, é preciso muito de Cristo e pouco de nós. É o que reparamos do testamento que David deixa ao seu filho Salomão, antes de morrer: pouco das suas tentativas, das quais, só a de pequeno é que resultou mais (a funda e o seixo); e muito dos mandamentos do Senhor, para se alcançar a descendência prometida. Este breve testamento, que contrasta com muitos testamentos materiais (que, como diz alguém, são algo que os mortos deixam para que os vivos se matem), é o que nos pode prometer a sucessão na vida, até ao encontro definitivo da vida eterna.

[Oração] 1 Cr 29

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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