Ser agradecidos no pouco, para nos sentirmos larga e longamente abençoados

[Leitura] 2 Sam 7, 18-19. 24-29; Mc 4, 21-25

[Meditação] Uma vez, na hora de um café, li um pensamento de Oliver Wendell Holmes numa daquelas saquetas de açúcar que dizia: «O propósito do conhecimento é falar, e o privilégio da sabedoria é ouvir». Na sequência do trecho evangélico de hoje, penso que este pensamento se aplica perfeitamente a São Tomás de Aquino. Na verdade, este Santo Doutor da Igreja não se interessou tanto em ser aplaudido pela sua Suma Teológica, como em agradar ao Senhor com a síntese da sua vida:  desejar o que Jesus desejou na Cruz e desprezar o que Ele também desprezou.

A sabedoria da Cruz não tem tido muito apreço nas sociedades modernas. Talvez por isso, também, sejamos pouco agradecidos com o pouco e, até, o absurdo da Cruz que esconde o muito na promessa da Glória. Talvez nos falte reagir a Deus como David, agradecendo ao Senhor pela promessa que lhe faz de uma casa abençoada para sempre, apesar de o desejo dele assentar no empreendorismo de Lhe construir um palácio. Para isso, precisamos de mostrar e dar testemunho, sem precisar de O adorarmos às escondidas. Apareça a Cruz novamente onde a podermos colocar, ver e beijar, para além da tradição da Páscoa. Por vezes, alguns queixam-se de que Deus se esqueceu deles na tribulação. Perguntemos-lhes: o que fizestes aos sinais da Sua presença, para nos podermos lembrar de que Ele nunca deixou de nos assistir e de Se compadecer? A Cruz não livra das tribulações, mas do verdadeiro mal, que é: desejar o que Jesus despreza e desprezar o que Jesus deseja.

[Oração] Sal 131 (132)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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