A «passagem» do elogio à dedicação incondicional
[Leitura] 1 Jo 4, 19 – 5, 4; Lc 4, 14-22a
[Meditação] Um dos padres que teve uma parte importante no meu percurso formativo disse-me um dia que, na sua vida de padre, a etapa mais importante foi a partir do momento em que a fama e os elogios começaram a diminuir. Este testemunho ainda hoje me marca profundamente, de forma que, para a minha participação do sacerdócio, não necessito do elogio de ninguém (embora saiba que, humanamente, todos gostamos de os receber!).
O Evangelho de hoje repete a palavra «passagem», uma vez no relato do evangelista, outra na boca de Jesus que a assume. Sim, Ele assume essa passagem da escritura que, nesta reflexão, tomo como metonímia da travessia que é preciso fazer entre uma vida vivida em função do reconhecimento dos outros e uma vida doada reconhecendo que é o Espírito de Deus que deve animar todo o projeto.
Só assim é possível o «cumpir-se» do projeto de Deus anunciado pelos profetas, em Jesus que é primícia, e naqueles que quiserem colaborar com Ele incondicionalmente, para que tudo seja recriado segundo o mesmo Espírito, amando como Ele nos inspira. Deve ter sido assim a vida do presbítero São Raimundo de Penaforte, dominicano (1275).
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