Quem comunica, também comunga!
[Leitura] 1 Jo 4, 7-10; Mc 6, 34-44
[Meditação] Virando o ditado popular ao contrário, podemos descrever a liturgia da Palavra de hoje, dizendo: quem dá educação, também compartilha o pão. Explicando o título desta reflexão com a qual proponho “orar” a Palavra de hoje, enquanto que o verbo “comunicar” é transitivo, ou seja, significa que alguém dá a conhecer alguma coisa, dividindo algum conhecimento com alguém, o verbo “comungar” tanto pode ser transitivo como intransitivo, significando tanto dar como receber, ou seja, comungar com um bem que, ao mesmo tempo, se é chamado a partilhar, multilateralmente.
O Apóstolo João, com a sua primeira epístola, ajuda-nos a ler o Evangelho de hoje com a sua convicção de que “conhecer Deus” e “amar a Deus” são a mesma coisa. De facto, na atitude de Jesus, dar a conhecer os ensinamentos de Deus e matar a fome física àquela multidão tornam-se um único acontecimento salvífico que se prolonga na nossa liturgia com a “sobra” daqueles ” doze cestos”. Reparemos que a “demora” no ensino e a descrição do rito da bênção e partilha do pão são, ambos, descritivos de uma importância ímpar no que toca à administração espiritual do tempo.
Na verdade, sendo Deus Amor, o cristão não pode senão amar com esse mesmo amor infinito que recebe como graça, compartilhando-o com os outros, através do testemunho que tanto é “transitivo” como “intransitivo”, ou seja, tanto transmite a sua experiência espiritual de quem comunga Deus, como comunga da realidade da pobreza dos outros para lhes comunicar essa graça, não meramente teórica, mas traduzida em atos que respondam a essa indigência. A aprendizagem demorada nas coisas da fé é como o emprego que garante o pão diário. No testemunho cristão quotidiano, responder aos problemas mais básicos na carência de quem sofre a miséria é tão importante como a demora na liturgia e nas orações.
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