No caminho, como na meta, os últimos sejam os primeiros

[Leitura] 1 Jo 2, 18-21; Jo 1, 1-18

[Meditação] Para quem faz qualquer peregrinação a pé como o Caminho de Santiago ou para Fátima (ou para outro destino), acompanhando um grupo, sabe que o ritmo do mesmo é instaurado pelo que tem mais dificuldades em caminhar por razões físicas ou outras, onde os últimos serão os primeiros. A «ultima hora» de que fala S. João, pode significar a última hora dos que permaneceram no caminhar juntos, estando com os pés à “soleira” de uma mesma meta ou etapa.

No último dia do ano, os que caminhamos juntos sabemos, inspirados por João Batista (citado pelo Evangelista), que «o que vem depois de mim, passou à minha frente, porque existia antes de mim». Ou seja: Jesus é o Mediador deste grande caminho, pois conhece-o todo: do princípio até à plenitude. Na verdade, esta plenitude justifica que o caminho não conhece fim, mas abundância de vida infinita.

Às portas do novo ano 2016 que se aproxima, quando os meios de comunicação social nos fazem passar diante dos olhos os acontecimentos mais marcantes do ano que passou, a retrospetiva pode ajudar-nos ou dificultar-nos, dependendo da confiança n’Aquele que medeia, fazendo-O substituir pelo homem como centro de referência. Não é descabido, nesta hora, identificarmo-nos, como Ele fez, com os que caminham na vida com mais dificuldades − os mais pobres, os doentes, os oprimidos, os refugiados, os amargurados, etc. − preferindo ir devagar e bem, do que ao toque das doze badaladas (e molhados com a champanhe) e o ano iniciar incoerentemente inadequado em relação ao Evangelho.

Nesta noite, em relação à noite de Natal, há muitas famílias que já não se juntam, umas por razões de mera diversão, outras por causa de alguma ação solidária ou, mesmo, por mera independência ou, até, por profissão. Ao darmos o primeiro passo no ano novo, como o Papa Francisco nos escreve, façamos um gesto desde o interior com o qual possamos vencer a indiferença e conquistar a paz.

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