Alegria cristã: anúncio e missão
[Leitura] Sof 3, 14-18a; Filip 4, 4-7; Lc 3, 10-18; PAPA FRANCISCO, Evagnelii Gaudium
[Meditação] Na espera cristã, por vezes, acontece pensarmos a alegria proposta no 3º domingo do Advento como automática e vestida de paramento cor-de-rosa. No entanto, a síntese das leituras deste dia convidam a assumirmos que a alegria da esperança cristã é dinâmica e proveniente de uma dupla fonte: da soberania misericordiosa de Deus e da humildade corajosa do ser humano. Por isso, esta alegria é conteúdo de anúncio e objeto de missão; recebêmo-la de graça como promessa a ser recebida por cada um e a ser partilhada para todos.
Pergunte-se cada um:
− Quanta alegria ganhariam os outros com a minha conversão?
− Na minha condição de vida, o que me impede de ser alegre?
− O que posso fazer em particular na vida de alguém para que reine na sua vida a alegria cristã?
Apesar das fragilidades humanas, Deus nunca deixaria ninguém na “fossa”, amando e alegrando-se com proximidade como se fosse numa festa. O Natal é a festa da coragem de Deus que Se faz um de nós. Vamos descer aos vales da existência humana e alteá-los com uma caridade humilde e desprendida.
A Alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria. Quero, com esta Exortação, dirigir-me aos fiéis cristãos a fim de os convidar para uma nova etapa evangelizadora marcada por esta alegria e indicar caminhos para o percurso da Igreja nos próximos anos. O grande risco do mundo actual, com sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada. Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem. Este é um risco, certo e permanente, que correm também os crentes. Muitos caem nele, transformando-se em pessoas ressentidas, queixosas, sem vida. Esta não é a escolha duma vida digna e plena, este não é o desígnio que Deus tem para nós, esta não é a vida no Espírito que jorra do coração de Cristo ressuscitado. Convido todo o cristão, em qualquer lugar e situação que se encontre, a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de O procurar dia a dia sem cessar. Não há motivo para alguém poder pensar que este convite não lhe diz respeito, já que «da alegria trazida pelo Senhor ninguém é excluído». Quem arrisca, o Senhor não o desilude; e, quando alguém dá um pequeno passo em direcção a Jesus, descobre que Ele já aguardava de braços abertos a sua chegada. (EG, 1-3)
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