Já veio Aquele que acende o Lume Novo

[Leitura] Sir 48, 1-4. 9-11; Mt 17, 10-13

[Meditação] No tempo de Jesus, Elias era como o que foi para o povo português o rei D. Sebastião, um “eterno desejado” que, por tão desejado ser, não deixava ninguém ver nada mais nem ninguém para além de alucinações que cerram o horizonte, escondendo o que está para além de uma memória. Por vezes, é assim também hoje: ficamos tão fixamente marcados por certas experiências fortes de acontecimentos e pessoas que outrora tiveram a sua função própria, que não nos deixamos influenciar, hoje, por outras experiências que possam, porventura, ser ponto de atração para uma nova história ou uma diferente etapa da nossa vida.

No diálogo evangélico de hoje, encontramos Jesus a fazer de Elias uma “bandeira” para os que lhe sucedem na missão de vir trazer o fogo que purifica a terra. No entanto, Ele apresenta-Se como esse fogo que só queima os corações que se deixarem envolver por esse tipo de calor: o amor de Deus. A tal “bandeira” deveria ser suficiente para reconhecerem a missão d’Aquele que a transporta, mas nem sempre é fácil, mesmo assim, o reconhecimento da Sua missão.

O lume novo que João Batista anunciou é a Palavra de Deus que incarna em Jesus, Palavra que purifica do pecado e que age para a transformação da realidade sem se deixar confundir. Também hoje é necessário ouvirmos a voz do que brada no deserto, deixando que caiam os nossos falsos rostos que teimam em adiar as questões fundamentais do nosso ser e dos problemas do nosso tempo. Não vale a pena continuarmos um “D. Sebastião” que não virá mais, neste ou naquele ídolo da nossa história pessoal e comunitária, que não seja a fundamental presença do Emanuel, Deus-connosco, o definitivo Fogo que, enviado pelo Pai, pode arder nos corações dos que se deixam acender pela Verbo.

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