Na nova criação, o mais pequeno é maior
[Leitura] Is 41, 13-20; Mt 11, 11-15
[Meditação] Como é diversa a lógica do Reino, manifestado nas palavras e gestos de Jesus! Ele mesmo é surpreendente no modo de falar de Si e dos outros. Desta vez, fala-nos de João Batista como sendo o «maior entre os nascidos de mulher», para acrescentar que, no Reino, o mais pequeno é ainda maior do que aquele. Esta afirmação quer dizer, pelo menos, duas coisas: que em João Batista acaba um ciclo; havendo quem diga que ele fecha com chave de ouro o Antigo Testamento, preparando humildemente o caminho do Senhor, apontando-O como o Mestre definitivo aos seus discípulos. Com Jesus, inaugura-se uma nova história ou criação, em que se poderá nascer de novo, a partir do Espírito Santo que, em Jesus Cristo, nos faz também filhos de Deus. Esta nova criação acontece através de uma novo tipo de geração; e se o primeiro tipo de gestação (dos nascidos de mulher, a Eva) causa alguma dor, depois do pecado, não menos luta implica o novo e definitivo tipo de geração, para o Reino de Deus, para onde se entra com outro tipo de “violência”: a da contradição com as tentações do mundo.
Como o Reino já está neste mundo, com a pedagogia do seu exemplo, Jesus sugere-nos que já podemos entrar nele através do ser pequeno. Poderíamos dizer que a pequenez de João Batista (batismo de água) com as palavras e gestos de Jesus (batismo do Espírito) faz-nos pertencer à grandeza do Reino. No mundo da nossa autosuficiência e autorreferencialidade (onde parecemos “grandes”), o Espírito Santo é a “mão direita” que Deus nos lança para sermos pequenos, a ponto de “cabermos” na lógica da plenitude do Reino. Paradoxos e contradições são um ponto de partida para fazermos o “mapa” que nos pode orientar no caminho para o Reino. Ousemos aproveitar as “fontes” de águas cristalinas como as do Jordão em que o Batista purificava, para também estarmos abertos à novidade do Espírito que resolve todas as contradições da nossa vida. Em todos nós há algo do Antigo Testamento à espera de ser purificado na água e vivificado no fogo que forja o Novo.
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