Jubileu: uma cimeira prática da misericórdia

[Leitura] Is 35, 1-10; Lc 5, 17-26; FNSI

[Meditação] Hoje, dia 7, na sede da Federação Nacional da Imprensa Italiana, em Roma, realiza-se um debate sobre o tema “cristãos e muçulmanos pela misericórdia“, sob a decisão de uma associação de jornalistas, a fim de darem, nestas horas difíceis e respondendo ao apelo do Papa Francisco, um contributo para que o Jubileu da Misericórdia seja ocasião de abertura e confronto sob o sinal da solidariedade. Na liturgia de hoje, o evangelista relata-nos uma espécie de cimeira que aconteceu no encontro de Jesus com fariseu e doutores da Lei vindos de todas as povoações da Galileia, da Judeia e de Jerusalém. Antes que este encontro fosse um mero debate teórico, eis que uns homens trouxeram, num catre, um paralítico. Descartadas todas as outras tentativas, tiveram de descobrir o telhado para o introduzir para dentro do espaço onde estavam, de modo a poder estar diante de Jesus, que sabiam ter poder para o curar. Segue-se a provocação em que Jesus demonstra ser portador de uma cura espiritual em que a cura física serve de prova.

O Jubileu da Misericórdia que estamos prestes a iniciar é um convite a vivermos a experiência prática do contacto com a misericórdia de Deus, contra todas as teorizações que se oferecem como explicação dos males no mundo, acompanhadas com as respetivas terapias “a la carte”. Trata-se de fazermos o que sabemos que podemos fazer − a conversão −, deixando que Deus faça o que nos parece impossível − a salvação.

Santo Ambrósio foi um bispo que soube chegar a este “ponto mais alto” (também, significado de “cimeira”) da renovação, como pastor, liturgo e mistagogo: aquele esforço que hoje continua a ser para a Igreja o grande desafio de profetizar, celebrar e testemunhar na vida prática o único poder que salva, face a tantas estruturas de mal que, no mundo, teimam em obstaculizar o acesso dos pobres, doentes e marginalizados ao espaço da liberdade, da alegria e da paz.

Oxalá, neste Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, não se fale tanto quanto se pratique o encontro que, por si só, mesmo sem compreendermos a grandeza desse Amor, é capaz de nos devolver a paz interior e de nos desprender as mãos, os joelhos e os corações, a fim de sermos capazes de viver, com humildade, a verdadeira justiça, que é a misericórdia de Deus para com todos. Abram-se as portas santas da misericórdia e entremos, para não termos de ver partidos os telhados de vidro que acoitam!

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