O pequeninos discípulos e os grandes… que, por vezes, não são grande coisa

[Leitura] Is 11, 1-10; Lc 10, 21-24; Laudato Si’; BONACHO, M. L., O Futuro Está a Estudar (Diel, Lisboa 1997).

[Meditação] Na liturgia de hoje, Jesus elogia os pequeninos, bendizendo a Deus pelo conhecimento que depõe neles. No Evangelho, contemplamos na relação de Jesus com estes pequeninos a relação do Pai com Jesus. Não há nada que nos possa ajudar a comparar este mistério de amor entre o Pai e o Filho, a não ser a graça de, pelo Espírito Santo, fazermos parte do grupo dos pequeninos discípulos. Estes são os que usam a “bandeira” da justiça de Deus, a raiz da aventura que percorrem é mesmo a relação com Deus e os instrumentos são somente os dons do Seu Espírito. Os grandes que se reúnem para “cuidar” do planeta, se continuarem a insistir em meios meramente humanos, até onde conseguirão conservar o ar puro para respirarmos? Se insistirem na tendência de apagar os sinais do Criador, por que prazo terão a oportunidade de ser capazes de ver com os olhos da consciência a evidência desses sinais? É louvável a reunião de esforços entre os chefes das nações para minimizar os estragos causados à natureza pelo desenvolvimento desmesurado da técnica e pelos maus hábitos da humanidade. Mas… sem uma espiritualidade de fundo, uma ética reguladora e sem esforços globais, à mesma escala que os esquemas economicistas malignos, será que o que parece ser uma grande política irá ser suficiente?

Aos seus discípulos, Jesus pede que aproveitem que não desprezem o elogio que faz aos pequeninos. Como é, naturalmente, sabido, as crianças têm uma relação com a natureza que ainda não é manipulada pela avareza humana. No entanto, como diz a Maria Lucília Bonacho, “as crianças armazenam adultos e transformam-se neles”. Assim, os discípulos são convidados a aproveitar este tempo de Advento para conseguirem armazenar o máximo possível da adultez que Jesus nos veio revelar: a adultez de um amor que salva e nos implica na salvação de todos e de tudo o que Ele quer integrar no seu projeto salvífico. Que o Advento seja para todos nós uma escola do verdadeiro Natal: um conhecimento mais aprofundado do amor de Deus incarnado em Jesus, boa nova a anunciar a todos!

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