Palavra “à prova de água”

[Leitura] Dan 12, 1-3; Hebr 10, 11-14. 18; Mc 13, 24-32

[Meditação] Cada vez mais perto do final do ano litúrgico, o tom apocalíptico permeia as leituras e aparece como alerta para a nossa vivência da fé, auxiliado com o acontecimento dos ataques terroristas em Paris. Longe de nos meter medo, Jesus, a Palavra feita carne, vem-nos alertar, em resumo, para um realismo esperançoso, próprio da sua missão de redimir a humanidade, propondo-lhe a libertação do pecado e da morte eterna. “Realismo” é necessário para não nos ficarmos por optimismos de entretenimento cá na terra; “esperançoso” define a propensão para acolhermos a nova criação que nos é prometida e para a qual o Senhor nos convida a trabalhar. A realidade nova que experimentaremos no futuro aparecerá quando tudo o que é passageiro desaparecer. Somos, hoje, convidados a “embarcar” detendo a nossa atenção e coração naquilo que não é passageiro. É como se viesse uma grande e abençoada chuva a remover tudo o que já não é preciso; ou como uns andaimes que, mal ou bem, se detiveram por um tempo para a construção do Reino. Só a Palavra que serviu de inspiração à construção é que nunca sairá, porque estará para sempre concretizada na Paz plena. O terroristas de hoje não têm presente que o que ficará no final é só o invólucro que nos tentam impor à força de armas; ignorando que o interior é que é preciso cuidar, através de uma verdadeira relação com Deus e com a humanidade. Daqui, para nos permitirmos apresentar daqui a uma semana diante do Rei do Universo, podem sair algumas perguntas performativas de um novo “realismo esperançoso”:

− Vale a pena apresentares sacrifícios diante de Jesus (ou aos olhos dos outros), que não sejam tão apoiadoe n’Ele quanto são na tua vaidade?
− Tens consciência de que só com um único sacrifício, Deus te salvou em Jesus Cristo?
− Tens presente que tudo o que move e protege a tua vida e a do universo tem a ver com a Páscoa de Jesus?
− Vamos acabar com a corrupção no mundo a partir das pequenas “corrupções” pessoais e comunitárias (mesmo dentro da Igreja)?
− Vamos deixar de responder com oração e humanismo só diante das emergências e fazê-lo com permanência?
− E que tal ocuparmo-nos com aquilo que, realmente, vale a pena: pôr a Palavra de Deus em prática, através da vivência de uma vocação (de especial consagração ou outra…)?
− (Acrescenta, tu, mais perguntas que consideres pertinentes.)

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