Do desejo das paixões ao ver da fé

[Leitura] Ag 1, 1-8; Lc 9, 7-9

[Meditação] Gera perplexidade e, porventura, algum constrangimento, o confronto entre a forma como vemos a realidade e a realidade tal qual se nos apresenta em certos eventos. A razão deve-se ao confronto entre a forma modelada pelos desejos pessoais motivados pelas nossas paixões e a factualidade maioritariamente diversa às motivações geradas por esses desejos. A perplexidade pode diminuir à medida que deixarmos de ser maioritariamente liderados pelas nossas paixões internas e nos deixarmos motivar por aquilo que vem de fora. No entanto, aqui gera-se um problema: quem lidera este processo, uma vez que, quer os desejos do “pathos” pessoal, quer alguns factos da realidade, podem induzir-nos em erro (que por vezes pode ser perigosamente crucial)? É aqui que o olhar da fé, unido a uma crescente capacidade de leitura crítica, pode capitanear este processo que pode ajudar-nos a evoluir numa diminuição da perplexidade e no aumento de uma perceção cada vez mais realista e esperançosa da realidade. Nem tudo o que está nas paixões é mau. Aí pode estar o mais forte combustível apra o caminho; e nem tudo na realidade é perigoso: está lá o caminho! Há que oferecer o melhor das paixões ao Senhor e sair… Como começar? Dando ouvidos ao profeta Ageu, colaborando também na construção ou cuidado para com as coisas de Deus (e não só atividades mundanas, que nos proporcionam somente o contacto com parte da realidade) e imitando o Herodes numa procura constante do rosto e do jeito de Jesus viver. Quanto mais constante for a procura, mais ela aumentará de conteúdo verdadeiro, como na escola: quem mais lê mais fica a saber; na vida, quem mais frequentar (seja o que for) mais fica a pertencer; and so on

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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