O Evangelho, das tradições que entretêm à Traditio que salva
[Leitura] Deut 4, 1-2. 6-8; Tg 1, 17-18. 21b-22. 27; Mc 7, 1-8. 14-15. 21-23
[Meditação] Com o passar dos anos, depois de Anúncio original do Reino e do do Amor de Deus feito por Jesus, depois da Sua Ascenção e do envio do Espírito Santo, foi-nos deixado um estilo de vida que se pode chamar de “espírito comunitário”, em que, nem mais, nem menos, o que somos chamados a escutar e a praticar é o jeito de Jesus falar e o modo de fazer o bem. O Papa Francisco, na sua recente Encíclica Laudato Si’, no cap. VI, ao propor-nos uma ampla reflexão sobre a “educação e espiritualidade ecológicas”, ajuda-nos a compreender também os textos deste XXII domingo do tempo comum. Na verdade, o Pontífice transmite fielmente (Tradição) o que Jesus disse: «Não há nada fora do homem que ao entrar nele o possa tornar impuro. O que sai do homem é que o torna impuro…». Também aqui, Jesus está a apontar para uma aliança entre a humanidade e o meio ambiente. Não são as outras criaturas que são chamadas a uma conversão: nelas já está inscrito um pouco do dinamismo de Deus e do carinho pleno de Cristo Ressuscitado (cf. LC n.º 221). Também na Tradição a que a Igreja procura ser fiel, já está inscrito tudo o que Deus quis para que fossemos sempre seu Povo. Não é preciso acrescentar nada, nem devemos tirar nada. Podemos, sim, «ser cumpridores da Palavra, não apenas ouvintes» para apressarmos o Reino de Deus. O que o constrói é o «Pai das luzes», não são os costumes dos homens. As tradições destes serão tão boas quanto mais se aproximarem daquela Tradição e a defenderem (na teoria e na prática); serão tão más e inúteis (prejuízo) quanto mais se afastarem dela (na teoria e na prática). Diferem Uma das outras, tanto quanto a alegria plena e as euforias efémeras. A teologia deste domingo sugere que escutemos o Evangelho sem preconceitos (tanto quanto possível e com o auxílio do Espírito Santo), sem prefixos e sem sufixos, “alucinações conscientes” ou escrúpulos de que ordem for, a perder o tempo que se deveria reservar para o testemunho alegre e prático, por exemplo, «agora», no acolhimento dos refugiados que fazem o seu êxodo sofrido para uma nova história, num novo povo, oxalá Povo de Deus.
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo