Oliveira ou espinheiro, glória divina ou glória humana?
[Leitura] Jz 9, 6-15; Mt 20, 1-16a
[Meditação] A primeira dá para produzir o óleo que alimenta, cura e consagra; o segundo produz espinhos que incomodam e ferem. No ano agrícola, a azeitona é o fruto a colher-se mais tardiamente (lá para novembro), sendo o seu fruto (azeite) necessário para não se sucumbir às agruras do inverno (metáfora de todas as possíveis doenças). Os espinheiros crescer por todo o lado, mesmo antes de qualquer colheita, obrigando, por vezes, a grandes e cansativas limpezas para proteger as outras árvores de fruto ou plantações. A relação entre estas duas árvores pode servir de metáfora à caracterização e prevalência do poder de Deus em relação à forma como, muitas vezes, os homens querem exercer o seu poder. Não é raro, pois, a quem é atribuído algum poder na terra, consciente ou inconscientemente, vermos-lhe algum excesso de falsa glória, que não tarde a parecer-se com a do espinheiro, que está por todo o lado, mas incomoda mais do que cuida; fazendo-se pagar caro porque pensam que o mérito do trabalho esteve todo nas suas mãos. Ao contrário, aqueles que servem na consciência de que deve prevalecer o poder e a glória de Deus, esses não se importam de ser os últimos, nem se fazem pagar caro pelo trabalho, por vezes, escondido e árduo que desenvolvem. Antes, ficam somente contentes e agradecidos por terem sido convidados para a “vinha do Senhor”. «A glória de Deus é o homem vivo», como dizia Santo Ireneu. Por isso, viver bem significa, seja em que posto de trabalho for ou em que vocação se tratar, aceitar tudo o que vem da vontade de Deus, deixando-Lhe a Ele o mérito da nossa salvação. Enquanto a glória for a de Deus na nossa vida, mesmo que não tenhamos todos os sucessos, estaremos vivos, não correndo riscos de perder a vida que não tem fim.
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo