Como ser rico no Reino de Deus? Oferecer-se pelos últimos!
[Leitura] Jz 6, 11-24a; Mt 19, 23-30; PAPA FRANCISCO, Laudato Si’
[Meditação] Acreditar que é Deus que realiza, pois a salvação é obra sua; aceitar ser último, pois essa é a ordem para Deus; deixar tudo, pois esse é o ganho para quem segue Jesus. Na compreensão do Papa Francisco, revelada na sua recente Encíclica «Laudato Si’», sobre o cuidado da casa comum, descobrimos que nunca poderemos usufruir plenamente de um bem-estar físico e espiritual enquanto não reunirmos esforços por cuidar do mundo a pensar ao mesmo no benefício para com os mais pobres. Para ele, uma “ecologia integral” é e será sempre a que se apoia na fé em Deus Criador, a Quem pertence toda a criação, e num uso dos bens da criação que é, ao mesmo tempo, cuidar para que ele chegue para todos. Para um rico é muito difícil entrar no Reino de Deus (embora não impossível!), porque é muito difícil deixar as suas riquezas (deste mundo) para conseguir aceitar a lógica do “outro mundo”, que é a lógica de Deus. Em Deus, cabe a plenitude. Nas ações do homem, cabe a humildade e a pobreza, que, por mais “ricos” que nos sintamos, sempre seremos ou teremos.Gedeão não só se sentia, como era, mesmo, o último dos filhos da casa de seu pai. Mas, segundo o Anjo do Senhor, bastava-lhe que o Senhor estivesse com ele. A oferta de Gedeão, em nada acrescenta ao poder de Deus, mas serve-lhe de crescimento e testemunho, ao reconhecer esse poder exemplificado na carne e nos pães. Assim, a face do Senhor, para nós, hoje, pode encontrar-se na visualização do pobre que pede auxílio, no rosto do doente que pede uma cura, no grito do angustiado que pede um ouvido. A carne que sofre pede para ser imolada com o pão que alimenta. A caridade pede para se juntar à carência. Tudo isto é contrário à lógica deste mundo, onde é muito difícil “encontrar uma agulha num palheiro”, quanto mais poder ver o mistério de Deus e do homem por aquela minúscula fresta.
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo