O Pão Vivo que “alimenta” o mais nobre horizonte do coração
[Leitura] 1 Reis 19, 4-8; Ef 4, 30 – 5, 2; Jo 6, 41-51
[Meditação] Todo o ser humano sente, por vezes, fome de regressar às origens do seu ser, sedento de encontrar as razões que lhe darão sentido à existência. No ímpeto de reavivar a memória dos tempos que passaram e das coisas belas que se viveram, pode acontecer que se fique no sótão a contemplar meramente coisas que, embora possam ter dado alguma alegria à vida passada, hoje podem ser efémeras. Determinante é o alimento que Deus dispõe no nosso caminho, em cada etapa, para reforçar o nosso ser ao encontro daquele “monte” onde Se quer mostrar como realmente é e nos quer dizer o que realmente somos. O “caminho será longo” e, se calhar, não se deve medir pelos marcos visíveis da estrada terrena. O discurso do Pão da Vida que nos é relatado no capítulo 6º do evangelho segundo S. João é uma prova evidente que o projeto em que Jesus quer que participemos não é algo de pequena monta. Não é um discurso instrumentalmente ligado às coisas terrenas ou feitos efémeros deste mundo, mas “ancorado” a uma origem mais longínqua, porque eterna e de outro mundo: o Pai que nos educa à imagem do Filho, através da força do amor que é o Espírito Santo. Acreditar é, no mínimo, a atitude daquele que quer chegar longe, não de regresso à sombra dos sonhos, mas da verdadeira luz que os inspira, fonte de uma felicidade maior e mais duradoira. Para o máximo, quer se deixar in-formar por aquela pedagogia divina, alimentada pelo Pão Vivo no caminho, a caridade para com todos é o desafio. De certeza que a felicidade que apaga os anseios do teu coração não é a que se obtém por satisfação imediata dos teus desejos; mas aquela que te pede mais caminho, ao encontro dos desafios mais nobres.
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo