Uma “ajudazita” cheia de conteúdo, significado e sentido resolve!

[Leitura] 2 Reis 4, 42-44; Ef 4, 1-6; Jo 6, 1-15

[Meditação] Vivemos num tempo em que se desenvolveu enormemente a patologia do “tudo ou nada”, associada aos resquícios do fantasma capitalista que nos quer ainda beliscar a memória com a mentira “o dinheiro resolve tudo” (raça má!!). No meio da multidão, no centro da tribulação, a partir de um “meia-leca” de miúdo… está uma solução. Não esqueçamos que, quando aconteceu este milagre da multiplicação dos pães, Jesus estava a caminho de Jerusalém e estava próxima a Páscoa. Jesus, com as palavras e gestos com os quais ensinava as pessoas e as saciava e curava milagrosamente, não estava a satisfazer as expetativas da multidão que esperava alguém para fazer Rei. Ele estava, na verdade, a conduzir a humanidade para uma meta: a Páscoa definitiva. E esta não está ao nosso alcance com soluções ou estratégias de euforia ou inteligência meramente humana. Já se deram conta de estarem perto de alguém que consideram muito importante que tem um problema grave para resolver e de terem a impressão de estar na vossa mente/coração uma proposta de solução e terem medo ou vergonha de a partilhar? Aí estás na cena de Jo 6, 1-15.Nem sempre a política ou os respeitos humanos deixam acontecer Jo 6, 1-15. Há um “Filipe” que só pensa em resolver tudo com compras a dinheiro. Já não finge ser discípulo do Mestre, mas finge gostar das suas soluções mais divinas. “André” gosta de apresentar a Jesus os outros; aprendeu a levar gente a Jesus; desta vez, um “rapazito” com algo para partilhar (“vamos ver o que Jesus vai fazer com este”, deve ter pensado). Por vezes, a solução está na mudança de perspetiva, no virar a rede do olhar para outra “margem”, a dos que parece não terem nada, mas que poderão proporcionar o tudo, com a bênção de Deus.

Pois, na solução dos grandes (mais importantes e reais) problemas da humanidade: quanto ao conteúdo, o necessário precisa de ser bem distribuído; quanto ao significado, o que está patente em cada ação precisa de ser mais verdadeiro ; quanto ao sentido, tem de ser mais atirado para a sua meta última. De facto, como nos sugere aquela foto do pequenito com o Papa no encontro com as famílias, os pequeninos têm a bênção de multiplicar: famílias, preocupações verdadeiras dos adultos, necessidades bem contabilizadas na oikos-nomos (justa economia da casa comum, verdadeiro significado da palavra “economia”); para que a alegria de todos seja completa!

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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