Um nome novo que se torna “habitação”
[Leitura] Gen 32, 22-32; Mt 9, 32-38
[Meditação] Jacob é prefiguração do Bom Pastor, em quem os que são chamados a ser pastores da grande seara do Senhor se podem rever para virem a crescer à imagem do Bom Pastor. Em Penuel, Jacob viveu uma experiência que ficou na memória dos israelitas: ferido, mas não vencido, passou a chamar-se Israel, porque abençoado pelo Senhor em favor do povo. A experiência de Jacob prova que jamais as “lutas” com Deus ferem o ser humano; pelo contrário: sendo uma verdadeira luta com as próprias resistências e as falsas imagens de Deus, o homem velho sai sempre vencido, saindo espiritualmente ileso o homem novo, apesar de, por vezes, fisicamente marcado. Passa-se o contrário com os fariseus.Estes nunca se deixam, fisicamente, perturbar por uma ascese que os leve para fora das suas legais seguranças. Nem o particular − o mudo −, nem o geral − a multidão − os assusta, porque do primeiro não se aproximam e pela segunda não se deixam apertar. Jesus sai-lhes ao encontro, percorrendo todas as cidades e aldeias. A sua compaixão não conhece limites e fronteiras de qualquer latitude humana. Ele pede e manda pedir trabalhadores para a seara do Senhor. A síntese destas duas leituras de hoje, pode levar-nos a pensar que os pastores que hoje são precisos para as multidões e para os doentes em particular, são aqueles que estão provados na “luta” com Deus, quer dizer, na luta consigo próprios, capazes de sair de si e com coragem para percorrer os caminhos atribulados da humanidade hodierna. Jesus é a Salvação que se deixa procurar e habitar, pondo-se a jeito aos corações e aos olhares cansados e sedentos, na travessia para o Reino.
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo