Da incredulidade à fidelidade, vai uma comunidade

[Leitura] Ef 2, 19-22; Jo 20, 24-29

[Meditação] Onde estão as relíquias dos mártires Cristo? Talvez elas sejam as “chagas” que nos ajudem a reconhecêl’O melhor. É curioso que parte das relíquias do Apóstolo S. Tomé estejam na Síria (antiga Edessa), assim como também em Kerala, na Índia. Dali recebemos, hoje em dia, grandes testemunhos de fé. Para que a fidelidade sejam um “bem comum” que ajude a transmitir a fé, são cada vez mais precisas referências visíveis na entrega de vida em nome de Cristo. Isto vê-se, também hoje em dia, nas comunidades cristãs: desde o padre que as preside até à zeladora da igreja, passando pelos catequistas e diversos homens e mulheres que se dão neste ou naquele serviço. Os que o fazem com dedicação diária e sem retorno económico ou fama, sabem o que custa a fidelidade. Mas esta é uma consequência, não somente uma causa. Na história de Tomé, observamos que estar ausente da comunidade faz habitar o “país” da incredulidade e, mesmo se sob a insígnia da debilidade, estar dentro da comunidade permite-nos, ainda que lentamente, reconhecer a “pedra angular” que está na sua resistente fundação. Mas, cuidado, não serve toda e qualquer comunidade!Não se pode ficar pela “fama de protagonismos” estéreis, é necessário ajudar (sobretudo os mais novos) a fazer uma “arqueologia da fé” ao encontro dessa pedra e das relíquias dos que a tiveram como alicerce. Precisam-se, tais como as referências de entrega pessoal, comunidades bem ajustadas, construídas sobre o mesmo alicerce dos Apóstolos, para que outros possam integrar-se na grande construção e tornar-se morada de Deus. Só assim poderemos, dois mil anos depois, acreditar e ser felizes sem termos visto como os Apóstolos viram. Isto requer, em suma, que as comunidades sejam “espelhos” adequados que nos reflitam o rosto de Cristo na frescura do início. Isso é possível com a renovação da Igreja e uma refontalização que a limpe dos “pós” acumulados da história, como se faz com a limpeza ou a remodelação de uma casa: deixando e reposicionando o essencial e deitando fora, sem saudosismos, o secundário. Felizes e crentes!

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

%d bloggers gostam disto: