Combater as tormentas de hoje com o “martírio da confiança”
[Leitura] Gen 19, 15-29; Mt 8, 23-27
[Meditação] Dar testemunho de Jesus Cristo implica sempre deixar algo para trás, como Abraão e Lot. Quanto mais no martírio. Neste, é-nos pedido que deixemos de conviver e de olhar com saudosismos para as coisas mundanas, deixando de viver o que o Papa Francisco chama de mundanismo espiritual. Pode haver que haja muitas adversidades e ataques que abalem a barca da Igreja e o barquito da vida pessoal. Requer-se, pois, hoje cada vez mais, por parte dos discípulos de Cristo, o testemunho no “martírio da confiança”. É como se nos dissessem: “Prova que confias no teu Deus… não fechado aí na Igreja, nos ritos e grupos cómodos… Mas cá fora, onde te podem incomodar e acusar injustamente…”.Na verdade, ser “Igreja em saída” não será fácil, nesta Europa em que as diversas instituições estão em constante autodefesa, circunscritas a uma exagerada autoreferencialidade. Será difícil subir os “montes” de uma nova era, querendo como Lot, refugiarmo-nos para as cidades para onde a demografia atual nos transporta. Temos apostado muito numa eficiência que nem sempre confia nas mais eficazes propostas da Revelação. Provam-no a nossa tendência para assinarmos tudo o que se refere à missão da Igreja com a patente do nosso protagonismo. E, se porventura, alguma força externa nos ameaça esse pódio, já começamos a gritar “socorro, socorro”. E Jesus dorme… até que o nosso grito tenha ares de nos darmos conta que, sem Ele, nada podemos fazer. E há tempestades que só Ele pode serenar. E não vale a pena, como Nero, lançarmos incêndios de culpabilização dos que nada têm a ver com as nossas “guerras” interiores cuja falta de paz só pode ser curada confiando em Alguém maior do que nós. Que o incêndio benéfico seja o Fogo que Ele veio trazer à terra, não para matar, mas para implementar a Verdade que nos transporta para a Salvação.
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo