Não vês Cristo… Estará perto demais?
[Leitura] Job 38, 1. 8-11; 2 Cor 5, 14-17; Mc 4, 35-41
[Meditação] Ninguém nos disse que tínhamos de viver as “ondas” difíceis da vida eclesial irritados e em desespero. Podemos viver isso com serenidade, o que implica levarmos Cristo para o mar da nossa vida, seja pessoal, seja coletiva, seja comunitária. Observemos como Jesus dormia recostado na almofada… era humano; não ia escolher uma rede molhada para descansar. Assim como Ele, nós precisamos de deixar que «a firmeza seja sempre temperada com a suavidade nos modos e nas palavras!» (Santa Paula Frassinetti). Como sugere a imagem ao lado, por vezes não O vemos nas tribulações, porque também não nos vemos como deveríamos. É o lado humano a funcionar… Para vermos o lado divino a salvar, temos de confiar nos seus métodos. E não há dúvida que mais perto Ele não pode estar, mesmo do modo que entender. Será que O queremos assim tão perto? Não será que, frequentemente, O queremos ver fora da nossa “privacidade”. Penso também na Igreja. Algumas das ondas que a atacam são internas, como já nos lembrou o Papa. Será que queremos Cristo a provocar-nos com os seus métodos e a sua novidade? Ou também queremos uma Igreja privada d’Ele. Para O vermos, não precisamos de extensões seja de que tipo for. Basta um coração quente e uma mente aberta. O objetivo é ser novas criaturas e não ficar ancorado na “carne”. Se nos parece que Ele impõe limites, é porque ainda não percebemos que só os impõe ao mal e não à aspiração profunda de eternidade que há em cada pessoa.
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo