Reconhecer o Amor ajuda a não despistar

[Leitura] 2 Cor 11, 1-11; Mt 6, 7-15

[Meditação] Conforme há várias interpretações do amor, também pode haver vários níveis de ciúme. O de Paulo era razoável, não preso por um amor egoísta, mas a pensar na salvação daqueles a quem nunca faltou com o anúncio do Evangelho, à sua custa ou à custa da generosidade das comunidades por ele fundadas (como Macedónia). Não deve ter sido muito fácil para Paulo convencer os coríntios a perceber que o Amor com que os amava venha de Deus, pela fidelidade com que lhes pregava o Evangelho, deixando transparecer unicamente a Boa Nova de Jesus Cristo. Outra coisa faziam os judaizantes, que queriam impor as suas tradições. O que G. K. Chesterton dizia sobre o mundo moderno  e os conservadores era capaz de se aplicar a estes judaizantes do tempo de Paulo: «Todo o mundo moderno se divide entre progressistas e conservadores. O papel dos progressistas é cometer erros continuamente. O papel dos conservadores é evitar que os erros sejam corrigidos.» Se calhar, esta afirmação também serve para hoje: exercer a fidelidade na transmissão da fé às nossas comunidades cristãs e, a partir delas, ao mundo que nos rodeia, na missão da Igreja, exige o equilíbrio que é correspondente aos objetivos da ‘Evangelização das culturas’ (expressão substituta de ‘inculturação da fé’; cf. Rino Fisichella, in Dicionário de Teologia). Esse equilíbrio permite-nos não cair naqueles extremos que são cair nos erros ou evitar a sua correção. Reconhecer o Amor de Deus implica: 1º que o mesmo seja assumido por quem transmite; 2º a coragem de o acolher sem desvios do mundanismo espiritual ou espiritualismo desincarnado.

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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