A autoridade divina cala o humanismo exacerbado

[Leitura] Sir 51, 17-27 (gr. 12-20); Mc 11, 27-33; Homilia do Papa Francisco em Santa Marta (28/05/2015); Aleteia

[Meditação] No seguimento da defesa que Jesus faz da defesa do Templo como casa de oração, em última análise, a defesa do Templo como antecipação do Templo definitivo que é a Sua Pessoa como ligação ao Pai, constatamos que os sacerdotes, os escribas e anciãos reagiram à sua tomada de posição severa com o que estava a acontecer à sua volta. Não reconhecendo a autoridade de Jesus, nem sabendo porquê, nem querendo, é porque aqueles não estão dispostos a largar a sua forma de entender a religião, porventura, pelos proveitos que tiram dela. O Papa Francisco também nos tem advertido contra os cristãos que são mundanos e rigoristas, afastando as pessoas de Jesus; chama-os cristãos só de nome, de salão e de receção. Disse isto a refletir sobre a surdez espiritual diante do grito do cego Bartimeu. Julgo que serve também para caraterizar a “anemia” daqueles que não compreenderam e não aceitaram a sua autoridade.

Muitas vezes, mesmo dentro dos atos mais sagrados da vivência da fé, defendemos a integridade da casa de pedras, pode acontecer ter-se o coração fora, no que está à volta da organização das coisas humanas, de forma a tiar-se proveito, seja na forma de protagonismo humano, seja económico. Os escribas disseram a Jesus: “Não sabemos”. Se não tinham essa Sabedoria que é preciso pedir, é porque, embora “mandassem” o Templo, não rezavam. Vemos isso, infelizmente, à volta de algumas festas religiosas, em que comissões de culto pouco informadas, em vez de dar ouvidos a uma correta vivência da fé através deste ou daquele Santo padroeiro, põe-se, como aqueles com quem Se confronta Jesus no Evangelho de hoje, a tentar encontrar uma explicação que não os ponha a risco de perder a popularidade. Não vá o padre desnomeá-los ou acabar com a sua sucessão (muitas vezes “sucessão” da mesma ignorância espiritual). Assim, muitas das nossas manifestações de fé podem não passar de encontros humanistas, em que se convive à volta de preceitos e vontades humanas que pouco têm a ver com o caminho da fé. Urge pedir a sabedoria na oração, para que, mesmo que por um caminho errante, possa florescer e dar a verdadeira alegria ao coração. Isto é possível da vida daqueles que ousam dar à autoridade dos atos de Jesus uma moção de confiança. Ele nunca os abandonará!

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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