Confiança para o seguimento e Humildade para a autoridade
[Leitura] Act 25, 13b-21; Jo 21, 15-19; Filme “Os Miseráveis” (inspirado na novela de Victor Hugo, França 1862)
[Meditação] Hoje temos a dita de contemplar a tríplice afirmação do amor de Pedro a Jesus, em resposta à Tríplice Ternura que é o amor misericordioso de Deus que, por Jesus Cristo, nos cumulou de bênçãos, quando ainda éramos pecadores. Pedro escuta uma primeira pergunta que o deve ter deixado consternado: “amas-Me tu mais do que estes?”. É preciso ter humildade para se ser digno de amar Aquele que nos amou primeiro, independentemente dos pecados cometidos, e tentando superar o amor do que daqueles a Jesus nos manda ser sinal vivo da sua misericórdia infinita. A cada pergunta, Jesus vai pedindo a Pedro “apascenta as minhas ovelhas”, sinal de que Jesus confia na sua humildade. Depois, Pedro, entristecido, diz a Jesus “Tu sabes tudo”, como que a confiar no poder da sua infinita sabedoria, diante da qual não se pode esconder seja o que for. Por esta declaração, atesta que Jesus é digno de confiança. Esta é fundamental para o seguimento que Jesus lhe pede, até ao martírio. Quem já viu o filme baseado na novela de Victor Hugo, “Os miseráveis”, é capaz de rever algumas circunstâncias em que é muito difícil para o homem aceitar o amor de Deus como a força que faz seguir Jesus Cristo, independentemente de qual tenha sido a debilidade do passado.Este episódio evangélico mostra-nos que o amor confiante é a base do seguimento e o amor humilde é a base da autoridade que torna capaz um ministério na Igreja, seja o de Papa, seja o de sacristão… Ministério vem de “minus + ter” em relação com “Magis + ter”. Quem amou mais foi sempre e infinitamente Deus Pai, por Jesus Cristo, no Espírito. Agora, o mais que pudermos amar vai ser contributo não só de retribuição a Deus, como de benefício para os irmãos que precisam desse amor. Ou seja, até com o nosso amor frágil Deus consegue, neste mundo, amar a humanidade carente desse infinito amor.
A Psicologia explica como o inverso da confiança é o medo e o inverso da humildade é o autoritarismo. Por isso, é conveniente que todo o que se empenha em ser servidor, na Igreja e no mundo, perca o medo aprendendo a confiar em Deus e não seja autoritário com o exercício da humildade. O que vale a arrogância, se só Cristo é que não pecou? E o que vale ter medo se Ele tudo pagou por nós? “Circuncidemos” os corações, deixando-nos abraçar pelo Pai e beijar por Ele na face, deixemo-nos lavar e acarinhar por Jesus nos pés, deixemo-nos aquecer o coração com o Espírito de Amor que nos impulsiona a amar incondicionalmente os irmãos, como fez o Apóstolo Paulo, preso por causa do nome do Senhor.
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo