Uma “fé” que não acolhe é uma descrença invadida

[Leitura] Act 16, 11-15; Jo 15, 26 – 16, 4a

[Meditação] Temos vindo a observar a Europa ensimesmada, incapaz de acolher tudo e todos os que implicarem incómodo. “Je suis” a favor de seis, mas inssensíveis a favor de muitos. Veja-se, hoje, nos noticiários, a declarada indiferença quanto à emigração na Cimeira “União para o Mediterrânio”. Minimalismo sentimental. Talvez tentativa de diminuir a angústia atravessada por invasões incontroláveis. Esta Europa precisa de profetas anunciadores e denunciadores, como no passado…, como o Papa Francisco. Missionários “a(d)gentes” precisam-se aqui, que voltem a percorrer cidades com a provocação de uma fé que “obrigue” a hospedar aqueles que são pontes para o verdadeiro Deus.

Sociedades e, mesmo, comunidades cristãs vivem, nesta Europa “descrente”, de uma amnésia em relação ao passado e uma tendência autodefensiva em relação a um futuro diferente. O anúncio que Jesus faz do Paráclito-Consolador é, para muitos seguidores de um racionalismo exacerbado, uma tela do passado. Há-de “chegar a hora” em que teremos de nos lembrar que Jesus nos tinha avisado a sua chegada. Pena é que seja a custo de perseguições. Destas, parece que não seremos poupados, mas… que partido tirar delas? Aproveitar a proximidade do Espírito da verdade que ajuda a não sucumbir ou fazer parte do grupo dos perseguidores? Morrer “em nome de Deus” ou “matar em nome de um culto que O ignora”? Poderá não haver lugar para outro posto.

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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