Crescer do amor a Deus ao serviço pela unidade

[Leitura] 1 Jo 1, 5 – 2, 2; Mt 11, 25-30

[Meditação] Já, certamente, observámos as enormes mochilas que, hoje em dia, os mais novos transportam para a escola e do incómodo será estes pequeninos serem “transportadores” de livros cedo demais. Uma vez, numa certa escola que visitei, um rapazito caiu para trás com o peso da sua mochila, quase sem se conseguir levantar sem ajuda. O Evangelho desta Festa de Santa Catarina de Sena mostra-nos o agrado do Pai em conceder a sabedoria aos pequeninos, escondendo-a aos sábios e inteligentes. Poderíamos dizer, com uma certa ironia, que as crianças são, hoje, obrigadas a carregar com a inteligência (escrita) dos mais velhos. É caso para perguntar: quem é que deveria carregar com quem, num processo de crescimento em «sabedoria, estatura e em graça»?

Não admira que muitos das nossas crianças, adolescentes e jovens cresçam com ar de cansados. O volume de livros a transportar deveria ser proporcional à idade (numa idade mais avançada, os livros são de consultar numa biblioteca), uma vez que também é proporcional, no crescimento, a perda daquele estádio (ou estádios) em que a capacidade de aprender não precisa de mediações materiais tanto quanto afetivas. Está cada vez mais a comprovar-se que a melhor escola inicial é a da família (provam-no a decisão dos países mais desenvolvidos em matéria de educação), onde se aprendem valores como o da unidade. Cortar cedo demais a simbiose familiar em favor de uma sociedade desenvolvida (por vezes a preço caro de pessoas não muito moralmente desenvolvidas), pode redundar numa sociedade dispersa em propostas culturais e éticas. Reflitamos, a este nível, sobre a “política” que temos… (e não só no âmbito social).

Nos primeiros anos da vida é fundamental levar as crianças a Jesus. A nossa Catequese também se tornou “escolar”, a observar pelo ambiente, ritmo e conteúdos. Aumentaram-se os textos e diminuiram-se as dinâmicas de seguimento (mesmo que gradual). Caminhar na luz requer, antes de um assentimento intelectual a Verdade, uma fidelização do coração. Por isso, façamos como Santa Catarina de Sena: contemplemos (nós adultos) e levemos as crianças a contemplar o amor de Deus nas experiências mais simples da vida (a começar pela relação interpessoal) e a amá-lo a partir da escolha de decisões simples, para, depois, assumirmos, todos e em cada etapa, as ações responsáveis que convém atuar para se viver a vocação e a profissão (com a sabedoria e a inteligência), dentro do quadro de valores do Evangelho com o qual nos fidelizámos (com o coração).

ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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