Em Antioquia, os primeiros “cristãos” a descongelar o “inverno”

[Leitura] Act 11, 19-26; Jo 10, 22-30

[Meditação] Foi em Antioquia que os discípulos de Jesus se reuniram, depois do martírio de Estêvão e da conversão de Paulo, e dali partiram a ensinar e a batizar muita gente. Foi ali que receberam, pela primeira vez, o nome de “cristãos” e dali partilham a espalhar a luz do Ressuscitado. Com esta luz, continuaram a derreter o “gelo” da dúvida que já no tempo de Jesus os judeus teimavam em fazer durar. Dos judeus aos gregos, essa luz nunca mais parou de brilhar e de aquecer o coração dos que aceitaram ser fiéis ao Senhor. No início do cristianismo, a dúvida judaica e farisaica não eram mera indiferença, mas era dúvida agressiva, em confronto com as palavras ditas e gestos realizados por Jesus.Na Liturgia da Palavra  de hoje estão patentes duas forças: a da dúvida dos judeus e fariseus que entram em confronto com Jesus, pedindo-Lhe provas, por não acreditarem no que Ele já fazia; a força do testemunho dos primeiros cristãos em diáspora. Este confronto, ainda hoje presente entre o mundo e a Igreja, pode sugerir-nos a seguinte pergunta: muito da falta de testemunho dos cristãos não será fruto da vontade em obter provas para além das que Jesus já nos deixou e nos mandou transmitir?

É verdade que a fé comunitária requer um processo pessoal de fé, ou seja, uma experiência pessoal de encontro com o Ressuscitado. Aquele confronto pode resolver-se com esta relação entre a pessoa e a comunidade. Esta tem a responsabilidade de não deixar as pessoas indiferentes à Tradição (=Testemunho) dos Apóstolos. Os indivíduos têm a liberdade e a responsabilidade de escutar e de dar uma resposta. O que Jesus disse e fez não deixa ficar ninguém calado (nem que seja em “suspenso” como sentiram os judeus!).

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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